11/09/2007

Quando envelheceres

De Rosemund Gerard, inserido como comentário num post por Brizíssima do blog Brizíssima

Quando tu fores velhinho e eu for velhinha
Quando os meus cabelos loiros forem da cor da neve
Em Maio no jardim radioso à tardinha
Aqueceremos nossos corpos velhos ao de leve

Para que esse calor em júbilo aconteça
Imaginaremos ser jovens apaixonados
Eu sorrirei para ti meneando a cabeça
E formaremos um par de velhos deliciados

Olhar-nos-emos sentados sob a trepadeira
Com olhos ternurentos e brilhantes
Quando fores velhinho e eu, de certa maneira,
Sentir os meus cabelos loiros já distantes

Sentados no nosso velho banco de musgo vestido
No nosso velho banco iremos conversar
Será um prazer doce e bem vivido
Acabando frases, talvez mesmo a beijar

Quantas vezes eu pude dizer-te no passado
Amo-te, contá-las-emos docemente agora
Recordaremos mil e uma coisas com agrado
Pequenos nadas especiais de outrora

Um raio de sol tombará numa carícia doce
Entre os nossos cabelos brancos, em tons rosa
Poisará no nosso banco como se fosse
O mesmo velho banco-musgo, a mesma prosa

E, como te amo mais em cada dia
Hoje mais do que ontem e menos do que amanhã
Rugas no rosto não calarão a alegria
Pois as mesmas roseiras perfumam a manhã

Pensa as primaveras que nos acalentaram
As minhas recordações serão tuas também
Recordações que nos entrelaçaram
E, sem cessar, nos ligam agora ainda tão bem

É verdade, seremos velhos, mais velhos ainda
Apertarei mais forte a tua mão, cálida e sã
Porque, vê-tu, o meu amor nunca mais finda
AMO-TE HOJE MAIS DO QUE ONTEM E MENOS DO QUE AMANHÃ.

3 comentários:

Anónimo disse...

Confesso que a mensagem é bonita e muito importante. Fico admirado que o amigo AJS passe uma poesia. Gostei!

Abraço

A. João Soares disse...

Caro Amigo Relvas,
Não sou poeta. Mas gosto de ler poesia, quando ela nos traz uma mensagem com valor. As ideias, quando são interessantes, são bem vindas seja qual for o veículo que as transporta. E a filosofia que enforma a minha participação neste blog é diferente daquela que me guia nos meus blogs individuais. Aqui têm prioridade os meus companheiros seniores com gosto por coisas mais leves e «ternurentas» e sem paciência para leituras demoradas.

Um abraço

Anónimo disse...

Os meus agradecimentos pela transcrição desta poesia de que gosto muito.
Tentei traduzi-la o melhor possível não desviando o sentido que a Rosemund Gerard lhe deu mas também imprimindo a minha sensibilidade. Penso que o poema fica muito bem no Sempre Jovens Blog muito interessante e de muita valia.