19/09/2011

Cavalgando Um Cavalo Morto

Uma MetáFora Empresarial

Dizem que os índios Dakota, dos Estados Unidos, têm um ditado, passado de geração em geração, que diz: «Quando você descobrir que está montando um cavalo morto, desmonte».

Levando essa sabedoria para a área empresarial, vemos que o «cavalo morto» é uma representação de algo que deixou de existir, de funcionar ou de produzir os resultados esperados como um produto obsoleto, um serviço ineficiente, um software inadequado, uma máquina defeituosa, um mercado em declínio ou mesmo pessoas que se tornaram desmotivadas, acomodadas ou desactualizadas.

E rapidamente descobrimos que «desmontar de um cavalo morto» – abandonar velhas práticas ou recursos - numa empresa, não é tarefa fácil! Mudanças e Inovações suscitam RESISTÊNCIA

Embora os dirigentes saibam que é necessário remover os «cavalos mortos» que retardam ou impedem a evolução dos negócios, muitos preferem adoptar estratégias para tentar fazer o cavalo morto cavalgar novamente, como estas:

1 .Comprar um chicote mais forte.
2 .Substituir os cavaleiros por outros mais competentes e mais leves para melhorar o desempenho do cavalo morto.
3 .Dizer coisas como: «esta é a forma como nós sempre montámos este cavalo». Ou «esta é a forma como sempre fizemos as coisas nesta empresa».
4 .Nomear uma comissão ou Circulo de Qualidade para estudar o cavalo. Reclamar da qualidade dos cavalos de hoje.
5 .Organizar visitas a outras empresas ou países para ver como eles cavalgam cavalos mortos.
6 .Eliminar políticas e normas que digam que o cavalo está morto. Demitir quem disser que o cavalo está morto.
7 .Criar um programa de treino para aumentar a capacidade de cavalgar.
8 .Contratar uma agência de publicidade para relançar o cavalo morto. Fazer um website para o cavalo morto.
9 .Colocar vários cavalos mortos juntos para aumentar a velocidade.
10 .Comprar produtos que façam o cavalo morto galopar mais rápido.
11 .Reduzir os padrões de desempenho para que o cavalo morto seja considerado.
12 .Promover o cavalo morto a uma posição de gerência.

É comum, na maioria das empresas, ver dirigentes tentando ressuscitar os cavalos mortos. Com certeza todos nós conhecemos organizações que aplicam essas estratégias diante de situações críticas.
Também é comum encontrar organizações comandadas por cavalos mortos.

A dura lei dos negócios diz que é necessário evoluir continuamente para sobreviver.
O sucesso empresarial, para ser mantido, exige que sejam identificados e removidos, sem complacência e rapidamente, os obstáculos que retardam a evolução competitiva e financeira, sejam eles quais forem.
Construir a empresa do futuro exige que se modifique a empresa de hoje.
Para desmontar de um cavalo morto é preciso, antes de mais nada, ter a coragem de reconhecer que o cavalo morreu.
É preciso reconhecer quando um processo se tornou ineficiente, quando um produto recentemente adquirido não atende as nossas necessidades ou quando uma pessoa que muito estimamos causa problemas para os negócios.

Para dar continuidade à nossa jornada é preciso apear e descartar o cavalo, os processos, os produtos ou as pessoas, por mais úteis e estimados que tenham sido. É uma questão de evoluir ou fracassar.
O desenvolvimento empresarial exige inovação contínua, novas políticas e o descarte de práticas profundamente arraigadas em sua cultura e sistemas de trabalho.

Moral da história: Nenhuma organização atinge seus objectivos utilizando recursos inadequados. Organizações competitivas são aquelas que não aceitam a negligência, a imprudência e a imperícia de seus dirigentes.

E agora? Você vai dar o primeiro passo para sair desta situação ?

Texto recebido por e-mail em que dei pequenos retoques.
Além de empresas, este conceito aplica-se a qualquer organização de qualquer dimensão. O Governo deveria pensar (se conseguisse) neste texto. Mas ainda agora deparei com a seguinte notícia Governo estuda TGV em via única para cortar custo do projecto o que parece muito estranho quando há poucos dias apareceu notícia de a Espanha ter encerrado três ou quatro linhas de TGV por as entradas nas bilheteiras terem ficado muito abaixo dos estritos custos de funcionamento. Há que ter a coragem de avaliar todos os factores e desmontar do cavalo morto.

Imagem do Google

2 comentários:

Luis disse...

Caríssimo Amigo João,
O caso TGV é um imbróglio imenso pois o governo de Sócrates com a assinatura à última hora mais não fez que criar a forma das empresas pedirem grandes indemnizações caso se não dê andamento à sua construção!
Nestes casos devia ser possível responsabilizar quem criou tal situação e serem eles a pagar as indemnizações. Acabava-se com os "jeitinhos" aos "amigos"!
Até lá Passos Coelho tudo fará para ver se consegue protelar a construção evitando as indemnizações.
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Quanto ao TGV, não desprezes a notícia do Económico Governo estuda TGV em via única para cortar custo do projecto.

Não se trata de um adiamento está numa meia solução muito coxa que não impedirá virmos a ter um elefante branco que não poderá sobreviver sem absorver grandes quantidades do erário público. Em Espanha foram fechadas várias linhas por não serem auto-sustentáveis, por as receitas de bilheteira não serem suficientes para o funcionamento corrente.
Este caso é presentemente o exemplo mais claro de cavalo morto de que é preciso desmontar já.

É pena que os nossos políticos não meditem sobre as lições que chegam do Mundo, como por exemplo o Recado a jovens economistas e a governantes.

Um abraço
João