Publicada por Brizissima no blog Pedaços
05/12/2010
"VAMOS FAZER O QUE AINDA NÃO FOI FEITO"
Publicada por Brizissima no blog Pedaços
16/10/2007
AS PALAVRAS - Soneto
Soltam-se as palavras e, como asas,
sobem ao alto, descem-me aos infernos
tantas vezes queimando como brasas
quantas moldando desvarios eternos
Obrigam-me a dizer o que não queria
sugerem-me a mentir o que não sinto
arrancam solidão que me agonia
desnudam lucidez a que me afinco
Ah, se eu pudesse decifrar a sós
o inquietante tom da minha voz;
tanta coisa em mim se esquiva e esfuma...
Como se o grito afugentasse os medos
ancorasse feroz os meus segredos
no seio do meu búzio azul e espuma.
21/09/2007
POEMA DE OUTONO
que lindo dia!
Vem, amor,
vem passear comigo pela rua,
que bom vai ser
sentir a minha mão na tua.
Olharemos o céu
com o mesmo olhar extasiado,
que bom vai ser
pisar as folhas a teu lado.
Ouvir o pássaro cantar
por sobre o ramo despido
e o sussurrar do teu amor
no meu ouvido.
Gente irá passando
alheada junto a nós,
que bom vai ser
sentir o mundo
e estarmos sós.
Num banco de jardim
soprado por fresca brisa
falar-te-ei de mim
serei poetisa.
Mas, se a brisa soprar
mais fresca e mais agreste,
irei buscar
o xaile que me deste.
E o brilho do nosso olhar
que em ternura se reflecte
será poesia, canção,
magia que se repete.
Poema oferecido por Brizíssima http://brizissima.blogs.sapo.pt/
20/09/2007
OUTONO
Chegas amanhã, Outono, e como eu te esperei...
Setembro vai caminhando já com sinais de cansaço, desmaiando aqui e ali em cores que o sol não domina nem protege.
A brisa vai soprando já com prenúncios de mudança. Sopra mais ligeira, mais atrevida. Sem o peso de canículas e chuvas de Verão. Agita uma folhagem perdida no alvoroço do seu destino, sem tréguas e sem esperança, caindo em solo alheado.
Sinfonia triste de uma balada todos os anos repetida.
Doce aquietar de sonhos vividos em partilha aceite e consumada.
Tempo de vindimas. Os bagos inchados de seiva de ternura e temperados de alegria apetecida. Uma apoteose de néctares e cantigas, risos e danças.
Outono...
O recomeço das aulas.
Batas vestindo risos, moldando emoções. Bandos de criançadas. Pássaros chilreando em algazarra colorida. Alguns saídos de ninhos acolchoados de amor para um primeiro voo, numa aventura que ainda amedronta mas excita.
Reencontro de amigos. Mistura ruidosa de jeans e abraços. Um reviver de momentos passados na partilha de gargalhadas e soluços. O relato de férias férteis em sol e lazer.
Outono...
O cheiro das castanhas assadas. Quentura estaladiça entre mãos que se tisnam de cinza escaldante.
E a brisa fresca empurrando fumos de assadura, perdidos depois em ruído e poeira.
Choram já as folhas pisadas em gemidos, sem eco na indiferença da multidão em faina apressada.
O sol com um brilhar mais cálido e suave, perdendo-se em acenos rubros e silenciosos lá bem nos confins do horizonte...
Como te esperei, Outono, para uma vez mais te celebrar em veleidades de poeta.
E amanhã, só amanhã poderás ler o meu poema.
Extraído do blog Brizíssima http://brizissima.blogs.sapo.pt/, de uma amiga nossa futura companheira do CVS