30/03/2013

A CÉLULA TERRORISTA DE BRUXELAS






O que está a acontecer no Chipre não é um evento de uma terra distante, um local exótico. Está a decorrer na Europa, e não é uma Europa qualquer. Estamos a assistir a convulsões que estão a ocorrer na Eurozona. O Chipre é membro de pleno direito da União Europeia. A terra sagrada que supostamente deveria garantir uma maior segurança económica, social e financeira aos seus cidadãos. A população Cipriota, nativa ou não, foi vítima de um assalto orquestrado. Uma operação congeminada à distância de um abrigo secreto chamado Bruxelas. O rebentamento das guarnições bancárias não foi perpetrado por uma célula terrorista, a partir de um enclave que se poderia chamar Furtistão. O roubo foi aprovado por um conclave de políticos desesperados. A campanha que se inicia no Chipre, demonstra que as marcas existem para ser ultrapassadas, derrubadas por decreto bancário. A pergunta que coloco é a seguinte; o que acontece quando a população nem sequer tem dinheiro para levantar? A população levantar-se-á porque nada tem a perder. Esse é um dado adquirido e parece-me que Portugal é um sério candidato a ser engolido por um fenómeno extremo. Uma corrida aos bancos é um fenómeno de extrema gravidade. Uma corrida aos bancos é a modalidade financeira mais rápida quando a realidade começa a desmoronar. É uma espécie de olimpismo da desgraça do crédito, descrédito. Se uma massa de gente decide proteger o seu património, por mais parco que seja, haverá muito pouco que os políticos poderão fazer para contrariar a fúria das massas. Não me surpreende que tenham escolhido o Chipre para realizar a experiência. Trata-se de uma ilha mal-amada, uma espécie de Alcatraz da economia e política da Europa. Um dos espinhos cravados no alargamento Europeu, pela divisão do poder com a Turquia - um prospectivo membro da União Europeia que também traz consigo problemas de outra natureza política. Embora os Eurocratas possam pensar que estão a salvo, protegidos pela distância líquida do Mediterrâneo, o contágio ocorre sem necessitar de suporte ideológico. Estaremos na presença de processos de retoma de equilíbrio, que obedecem a impulsos de natureza física-financeira. Estamos a lidar com instintos de sobrevivência profundamente cravados no espírito de aforristas. Entramos deste modo, em vésperas de feriado Cipriota, numa nova fase de ousadia política. A insensatez, guiada por argumentos que deixaram de o ser, para inaugurar sem pudor, a prática animalesca, regida pela lei do mais forte. Mais forte, mas por pouco tempo mais; assim sendo, até quando irá durar o euro? E a UE?...



por John Wolf, em 17.03.13
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