10/09/2013

AGOSTINHO DA SILVA EM ENTREVISTA




Este Homem era um filósofo de grande calibre. Uma inteligência sem amarras que levava o raciocínio para lá de qualquer horizonte, sem preconceitos, avaliando cada tema dos mais variados pontos de vista. Muito enriquecedor. Esta publicação aqui é o cumprimento de uma promessa feita à Amiga e colega Celle. Espero que goste, apesar da sua estensão Mas não é preciso ouvir tudo de uma só vez!!!

6 comentários:

Celle disse...

Estou interessada, ouvirei com atenção e depois nos falamos. obrigada!
bjs
celle

Zélia Chamusca disse...

Grata, por vir lembrar Agostinho da Silva, homem de ideias abertas, personalidade vincada e uma extraordinária cultura.

Gostaria imenso de ter conversado com ele, por exemplo à mesa do café. Ele iria dizer-me muito e eu teria aproveitado para enriquecer minha cultura.

Mais uma vez,grata, A. João Soares,
ZCH

A. João Soares disse...

Cara Amiga Zélia,

Nesta entrevista, gostei da forma original, perspicaz, criativa, como analisa, por exemplo, os efeitos de uma educação e formação profissional castradora que, para pessoas menos curiosas e sem desejo de aprender coisas novas e de compreender tudo o que se passa na Natureza e na sociedade à sua volta, ficam condenadas à inacção depois da passagem è reforma, sem temas para conversa e sem capacidade de resposta a palavras de familiares e companheiros de ocasião. Cada assunto pode ser encarado de muitos pontos de vista, mas há pessoas que apenas vêm de um lado, tal como são fanáticos de um clube ou de um partido ou de uma pessoa e da sua interpretação pessoal ou da opinião do seu ídolo.

Agostinho da Silva é o oposto a uma pessoa que conheci ocasionalmente e que em campanha eleitoral disse que ia votar no seu partido porque sempre votou nele desde o primeiro líder em cuja campanha colaborou e nada me transmitiu das razões lógicas ou pragmáticas da sua decisão daquele momento. Outra pessoa disse que votava num candidato porque ele iria tomar determinada decisão que a meu ver estava nos antípodas da sua (do candidato) maneira de ser e de actuar. e a dada altura respondeu «porque sim», «porque é essa a minha opinião», mas sem explicação nem argumento.
Sugiro que leia o comentário de resposta à nossa colega Celle, no post http://thirthyfour.blogspot.pt/2013/09/convivio-das-tercas-130910.html, que antecedeu este.

Beijo
João

Celle disse...

O áudio e o sotaque prejudicaram a compreensão de algumas falas do diálogo.
Mesmo assim, pude entender e apreciar alguns conceitos filosóficos do educador Agostinho da Silva através das respostas dadas ao seu interlocutor.
Como professora, mãe e avó tenho a responsabilidade de educar, passei minha vida procurando passar valores e princípios na expectativa de acertar no resultado final, mesmo que não tenha conseguido o que sempre desejei, não me faltou empenho. Sei que o exemplo é a melhor forma de educar, procuro sempre me policiar preocupando com minhas ações. O “instruir” e o“educar,” ambos procedimentos, visam formar e "preparar para a vida", como ensinavam nossos mestres. O ensino começa em casa, a” educação de berço”, os pais e a família ensinam os bebes, desde a mais tenra idade os princípios elementares, a responsabilidade posteriormente,é ampliada, a sociedade exige, a colaboração dos mestres e professores se faz necessária. Ambos são importantes para a formação e capacitação do indivíduo, seu aprendizado é o tijolinho, como afirma o filósofo Agostinho, usado na construção do seu próprio edifício, à sua maneira, segundo seu gosto. Ele alerta para o perigo de reduzir o que o sujeito era para habitua-lo aos nossos costumes e viver na nossa sociedade. Considera um grande erro, mas não vê outra maneira de faze-lo.
Realmente não é fácil, “educar para a vida”,nosso objetivo, assim os mestres nos ensinavam, e é assim que deve ser. O que devemos fazer é proceder de tal maneira que o aluno, ou o filho não fique um estranho dentro da sociedade. É preciso pensar mais longe: “educar e instruir para todas etapas da vida, preparação desde a infância, juventude, idade adulta e profissional até para a aposentadoria e velhice. Época de saudosas recordações, em que muitos possuem o tempo livre, sem nenhuma ocupação e que ver o tempo correr molemente, causa medo e frustação .
Por isso é necessário desde cedo, preparar as pessoas para este futuro, já estamos vivendo muito mais que antigamente...
Beijos
celle

A. João Soares disse...

Querida Amiga Celle,

Este seu texto é de uma riqueza que merece ser colocado em Post. Aqui fica a sugestão para o fazer. Concordo que as pessoas devem ser aconselhadas desde tenra idade a terem curiosidade de aprender a interpretar coisas diferentes da sua actividade profissional, desenvolver passatempos válidos pata todas as idades. Ser capaz de conversar com especialistas de todas as actividades é o maior objectivo que se pode ter, embora nada conhecendo em profundidade. Num dos cursos que fiz, um mestre dizia que «vocês são generalistas, não são especialistas, mas têm que saber falar com qualquer especialista».

recordo o comentário que fiz em resposta a um seu em convívio

Beijo
João

Celle disse...

Muito gentil de sua parte, obrigada pelo incentivo.
As palavras do seu mestre, reforçam e complementam o valor da educação e da instrução, da importância de se preparar o indivíduo para a vida, mesmo sendo simples, para "agir e se comunicar com todos",do mais humilde ao mais importante, mesmo que com uma pobre bagagem cultural,coragem, humildade e sobretudo respeito. E vice-versa.

bjs
Celle