09/06/2014

A CIDADE VERSUS A ALDEIA

Um comentário da Amiga Celle, em post anterior, recordou-me uma história com interesse:

Em Londres cruzaram-se, numa das ruas principais, os idosos Brown e Smith, dois Lords muito cultos e frequentadores de locais como museus, casas de espectáculos, de concertos, de conferências, etc. Brown cumprimentou o Smihth, efusivamente: Ainda bem que o encontro amigo Smith porque gostava de me despedir de si, visto que amanhã parto para a aldeia onde nasci, no nordeste da Escócia, uma pequena aldeia, onde desejo passar o pouco tempo que me resta de vida.

Mas amigo Brown,isso parece-me um erro. Lá não tem socorro para qualquer achaque que venha a ter, o que passa a ser frequente nesta idade, lá não tem os museus, as bibliotecas, etc que gosta de frequentar...

Tem razão amigo Smith, não tenho nada disso a que se refere, mas se aqui me dá um desmaio na rua, embora haja possibilidade de socorro que na aldeia não existe, as pessoas passam ao lado e não ligam, pensando «este velhote está a curtir a bebedeira» e acabo por morrer sem um afecto, uma palavra, um gesto de solidariedade. Ao contrário, na aldeia, se isso me acontecer, embora não haja possibilidade de um socorro oportuno e eficiente, por o hospital estar distante e não haver facilidade de transporte, haverá quem se aproxime e diga, «pobre Sr Brown, era tão boa pessoa, amigo de toda a gente, sempre com uma palavra amiga, e vai nos deixar, Deus lhe pague o bem que nos queria. E morrerei confortado por vozes amigas.

Será desejável que as pessoas apressadas das cidades desenvolvam mais respeito pelos seus semelhantes e se disponibilizem a ajudar quem estiver em dificuldade, pelo menos com uma palavra ou um gesto de afecto.

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