07/12/2007

Não param de mexer na nossa carteira

Os indivíduos considerados CCCC – cidadão, contribuinte, consumidor, cliente – estão permanentemente a ser roubados, sem terem quem os defenda e sem poderem defender-se.

Já aqui se referiu a exploração dos bancos que, para terem elevados lucros, não têm escrúpulos que os impeçam de extorquir cada vez mais, a pretexto seja do que for.

Agora é a Entidade Reguladora dos Serviços de Energia (ERSE) que pretende fazer a conversão dos actuais contadores da luz para a telecontagem o que deverá avançar a partir de 2010. É uma medida lógica do ponto de vista de gestão económica das distribuidoras de energia que irá reduzir os custos com o pessoal encarregado da leitura dos contadores. Esta que outrora era mensal, agora passou a ser feita com intervalos de 4 meses, sendo a facturação bimensal. A telecontagem vai originar grandes economias à empresa, sendo de seu inteiro interesse implementá-la.

Mas, ilogicamente, a factura será paga pelos consumidores via tarifas de electricidade ao longo de 20 anos, a partir de 2010. Segundo a ERSE, este encargo vai agravar a factura em 3,1% no máximo a partir de 2015 entre o sexto e o décimo ano. Portanto, o consumidor (CCCC) vai pagar uma medida que apenas traz benefício à empresa, por lhe ocasionar poupanças em pessoal e trabalho administrativo. É inacreditável!!!

E os CCCC continuam indefesos, desprotegidos, porque o Governo, que era suposto zelar pelos seus direitos e garantias, assiste impávido e sereno à roubalheira sem tugir nem mugir. Porquê? Porque estão em jogo interesses de grandes empresas que serão generosas na compensação aos governantes que lhes forem dóceis, oferecendo-lhes tachos dourados quando deixarem a política activa.

Antes que se diga que este raciocínio é exagerado, convém fazer a lista dos tachos daqueles que passaram por altos cargos nos governos e em outras instituições políticas. Na realidade e em geral, a política constitui apenas uma etapa intermédia na corrida aos tachos em grandes empresas, com prioridade para as que têm algum capital público.

E, desta forma, os CCCC continuarão a ser explorados, porque todos os interesses estão contra eles e nada está a seu favor. Como dizia o humorista Camilo de Oliveira, «toma que é democrático»!!!

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