13/10/2012

FERNANDO PESSOA / REFLEXÕES



Fernando Pessoa, no seu poema "Nevoeiro", define bem o "ser e não ser" de nosso "proceder colectivo": 

"Nem rei nem lei. 
Define com perfil e ser. 
Este fulgor baço de terra. 
Que é Portugal a entristecer. 
Brilho sem luz e sem arder. 
Como o que o fogo fátuo encerra.  

Ninguém sabe que coisa quer. 
Ninguém conhece que alma tem. 
Nem o que é mal nem o que é bem. 
Tudo é incerto e derradeiro. 
Tudo é disperso, nada é inteiro. 
O´Portugal, hoje és nevoeiro...
É a hora". 

Datado de 10/12/1928, o poema continua válido para o momento presente.

1 comentário:

Zélia Chamusca disse...

Lindíssimo poema de Fernando Pessoa e tão adequado ao dia de hoje.
Grata pela partilha,
ZCH