16/08/2010

A RIBEIRA CORRE MANSA

Imagem da net



A ribeira corre mansa
Esquecida nas chamas
Que devoram o verde da terra
E, em espasmos de fogo embrutecido
Vorazes sorvem a beleza
Da natureza que desespera...
A ribeira corre mansa
Enquanto nossos olhos dormem
Nas águas mudas e sem curso
Que já não agitam consciências...
Seca-se o leito e a terra já não borbulha
A temperança da humanidade
Que dá vida à vida!


14/08/2010

6 comentários:

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Minha muito querida Ana!

Fico muito sensibilizada não só pela beleza do poema mas também pela sua mensagem!
Este poema deveria estar em todos os Blogues e não só.

Amiga, a passividade com que a ribeira corre perante o espectáculo dantesco das chamas à sua volta, revolta-me!!!

Indignemo-nos!
Basta!
Haja justiça, apanhem esses malditos incendiários e castiguem-os exemplarmente.

Beijinhos doces,

Saozita disse...

Querida cunhada Ana, lindo poema!
A Ribeira corre mansa, inpávida e serena mesmo sob o rugir da floresta devorada pelas chamas. A ribeira corre mansa e por isso as suas águas já não agitam consciências! Mas que este lindo poema contribua para agitar as águas da Ribeira, que despertem as consciências e se ponha fim a esta calamidade.

Tem uma boa semana.
Beijinhos

A. João Soares disse...

Amiga Ana,

Este seu lindo poema agita a minha consciência, porque há muito tenho na Ribeira um modelo de comportamento muito completo em ensinamentos. A serenidade é fundamental na vida, mas não podem ser esquecidos os objectivos. A ribeira não os esquece.
Mas no caso dos fogos as pessoas não podem imitar a ribeira, têm o dever de amar a Natureza, o ambiente, evitar que seja danificado e preservá-lo e reconstruí-lo. As pessoas não podem imitar a indiferença da ribeira, porque têm uma missão, o interesse de defender a área em que vivem, o Planeta. As pessoas têm objectivos próprios que não devem descurar e, nessa coerência de vida, é que devem imitar a ribeira.
Acordem e reajam. Com força, com determinação. Até às últimas consequências.

Para não me repetir, sugiro a leitura do comentário que acabo de colocar aqui em resposta a um da nossa amiga Ná

http://joaobarbeita.blogspot.com/2010/08/politicos-nao-sao-pessoas-superiores.htm

Beijos
João
Do Miradouro

Rogério G.V. Pereira disse...

COMENTO ACTUALIZANDO

Ah poeta
Que andas por todo lado
Soldado da paz chamado
Que te não te distria a pena
Que não te retires de cena
Se alguém vier
E um dique colocar
Na ribeira que corre mansa...
Grita mais alto do que essas chamas
Porque desse poema
Renascerá a esperança
e a ribeira voltará ao seu leito
onde em sossego me deito

Agulheta disse...

Amiga Ana! A ribeira sempre corre mansa perante o dantesco das chamas que vão devorando este país,a alma de quem combate as chamas,e os que amam a natureza,já não aguenta tamanha destruição.Mas continuamos a ver os homems da lei a mandar incêndiarios com termos de identidade e residência,já não se aguenta esta pachorra!As pessoas de bem e Bombeiros deste pais pelo suor,só pede justiça,porque para aqueles que partiram em prol de ajudar...a esses jamais juís algum poderá fazer alguma coisa.
Obrigada por partilhares este poema que a mim me tocou fundo.
Beijinho

J.Ferreira disse...

Tão belo, tão real, tão actual e tão verdadeiro.
Abraço do
JF