29/05/2008

O absolutismo de Luís XIV e a actualidade portuguesa

Transfiro para aqui, pelo seu interesse para melhor compreensão da nossa realidade actual, o comentário muito elucidativo deixado por Manuela no post «Ex-combatentes desprezados».

Concordo consigo, João. Essa referência ao “rei-sol”, Luís XIV de França, que afirmou que “O estado sou eu”, fez-me recordar alguns conceitos desse poder absolutista da época e que a História parece estar a querer repetir. Chegam a ser irónicas as coincidências, salvaguardadas as devidas diferenças nos séculos que nos separam. Senão, repare:

1) A condição fundamental para o poder absoluto foram os conflitos entre classes que o próprio rei instigou, sobrepondo-se a eles e deles tirou proveito;

2) Protegeu a alta burguesia, garantindo-lhe ascensão social;

3) Calou a nobreza, atraindo-a com cargos;

4) O rei seria o representante de Deus na Terra, defensor da pátria e representante do Estado, cujos interesses estavam acima dos interesses particulares... ...mas,

5) Embora o Tesouro estivesse perto da falência quando Luís XIV assumiu o poder, muito dinheiro era gasto “alimentando” a Corte Real.

Sou só eu que vejo semelhanças com a actualidade?

Apenas numa área vejo distinção: Luís XIV, o rei absolutista, o REI-SOL, o rei que adorava ser adulado, reconheceu a lealdade dos militares que o serviram e que ficaram feridos ou já estavam em idade avançada, mandando construir o Hôtel des Invalides (Palácio dos Inválidos) para lhes servir de hospital/lar, caso contrário, ficariam na miséria!!!

Já agora, e para deixar esta comparação entre Portugal e a França do séc. XVII, prefiro nem pensar na sorte do Luís XVI que, 1 século depois, não conseguiu evitar a Revolução, pelo facto de não dar ouvidos a quem o aconselhava a “olhar” para o povo, nem se tornou “líder” popular por não “ouvir” o povo e...acabou como acabou: na guilhotina!

NOTA: Este texto, que surgiu como comentário, dá-me oportunidade de fazer algumas considerações sobre o que penso do papel dos blogues. Gosto de ter visitantes e bons comentários, embora não seja esse o meu objectivo, pois, se o fosse, colocaria posts mais espaçados no tempo, para não passarem despercebidos sob os mais recentes.

Gosto de escrever sobre as reflexões que as realidades me inspiram. Sei que não mudo o mundo, mas procuro contribuir para que seja mais justo e torne as pessoas mais felizes. Não dou lições mas procuro sugerir pistas que me pareçam positivas e incentivar as pessoas a pensar pela sua cabeça sobre problemas importantes para a sociedade.

Há quem me critique por ser superficial, mas penso que ninguém procura aqui, em poucas palavras, um tratado científico ou uma tese de doutoramento. Ficarei satisfeito se os visitantes ficarem a reflectir sobre os temas apresentados e com curiosidade de irem procurar maior aprofundamento em local mais adequado. Um blogue não é uma revista especializada, ou um manual académico.

E tenho a sensação de que os visitantes não vêm com disposição para estarem muito tempo a ler um post demasiado longo e com muitos pormenores técnicos e exaustivos.

Estas palavras surgem a propósito da crítica que ouvi a um amigo, que me parecem desproporcionadas e fora das características de um blogue ou de um jornal generalista.

O comentário de Manuela concretiza esta minha opinião, ao ir em busca de mais aspectos na intenção de testar, positiva ou negativamente, a referência à frase de Luís XIV. Um bom comentário é isto: contribui para aprofundar o conhecimento do tema do post. Trazê-lo para aqui é uma justa homenagem à sua autora.

20/05/2008

O poder da fruta

A fruta é o mais perfeito alimento, gasta uma quantidade mínima de energia para ser digerida e dá ao nosso corpo o máximo em retorno. O único alimento que faz nosso cérebro trabalhar é a glicose. A fruta e principalmente a frutose (que pode ser transformada com facilidade em glicose), é na maioria das vezes 90/95 % de água. Isso significa que ela está limpando e alimentando ao mesmo tempo.

O único problema com as frutas é que a maioria das pessoas não sabe como comê-las de forma a permitir que o corpo use efectivamente os seus nutrientes. Deve-se comer frutas sempre com o estômago vazio. Por quê? A razão é que as frutas não são, em princípio, digeridas no estômago: são digeridas no intestino delgado. As frutas passam rapidamente pelo estômago, dali indo para o intestino, onde libertam os seus açúcares. Mas se houver carne, batatas ou amidos no estômago, as frutas ficam presas lá e começam a fermentar.

Você já comeu alguma fruta de sobremesa, após uma lauta refeição, e passou o resto da noite arrotando aquele desconfortável sabor restante? É porque você não a comeu da maneira adequada. Deve-se comer frutas sempre com o estômago vazio.

A melhor espécie de fruta é a fresca ou o sumo feito na hora. Você não deve beber sumo de lata ou do recipiente de vidro. Por que não? A maioria das vezes o sumo foi aquecido no processo de vedação e sua estrutura tornou-se ácida. Quer fazer a mais valiosa compra que possa? Compre uma centrifugadora. Você pode ingerir o sumo extraído nela como se fosse a fruta, com o estômago vazio. E o sumo é digerido tão depressa que você pode comer uma refeição quinze ou vinte minutos depois.

O Dr. William Castillo, chefe da famosa clínica cardiológica Framington, de Massachusetts, declarou que a fruta é o melhor alimento que podemos comer para nos proteger contra doenças do coração. Disse que as frutas contêm bioflavinóides, que evitam que o sangue se espesse e obstrua as artérias. Também fortalecem os vasos capilares, e vasos capilares fracos quase sempre provocam derrames internos, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVC).

Agora, uma coisa final que gostaria que estivesse em sua mente sobre frutas.
Como se deve começar o dia?
O que se deve comer no café da manhã?
Você acha que é uma boa ideia pular da cama e encher seu sistema com um grande monte de alimentos (principalmente café e pão branco com manteiga), que levará o dia inteiro para digerir? Claro que não! O que você quer é alguma coisa que seja fácil de digerir, frutas que o corpo pode usar de imediato, e que ajuda a limpar o corpo. Quando se levantar, e durante o dia, quando for confortavelmente possível, coma só frutas frescas e sumos feitos na hora.

Mantenha esse esquema até pelo menos o meio-dia, diariamente. Quanto mais tempo ficar só com frutas em seu corpo, maior oportunidade ele terá de se limpar. Se você começar a afastar-se dos outros ''lixos'' com que costuma encher o seu corpo no começo do dia, sentirá uma nova torrente de vitalidade e energia, tão intensa que você mal acreditará. Tente durante os próximos dez dias e veja por si mesmo!

Os chineses e os japoneses bebem chá quente (de preferência chá verde) durante as refeições. Nunca água gelada ou bebidas geladas. Deveríamos adoptar este hábito! Líquidos gelados durante e após as refeições solidificam os componentes oleosos dos alimentos, retardando a digestão. Reagem com os ácidos digestivos e serão absorvidos pelo intestino mais depressa do que os alimentos sólidos, demarcando o intestino e endurecendo as gorduras, que permanecerão por mais tempo no intestino. Daí o valor de um chá morno ou até água morna depois de uma refeição. Facilita a digestão e amolece as gorduras para serem expelidas mais rapidamente, o que também ajuda no emagrecimento.

Um cardiologista disse que, se cada pessoa que transmitir estas ideias a 10 pessoas, pode ter a certeza de que salvará pelo menos uma vida. Seja generoso, divulgue.

De autor desconhecido. Recebido por e-mail de pessoa amiga e publicado aqui por sugestão da amiga Raimunda.

14/05/2008

O cão é o maior amigo do homem

O cão é realmente o melhor amigo do homem.
Se não acreditas, faz a seguinte experiência: Coloca o teu cachorro e a tua esposa no porta-malas do carro e fecha-a...
...depois de uma hora abre!
Quem está realmente feliz em te ver?

Ah pois é!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

10/05/2008

Homenagem à cadela «Linda»

Deixou os donos e o Tintim, que passaram a sentir a sua falta, cada um à sua maneira, mas com visível desconsolo. E a circunstância leva a reflectir que o sentido de posse e o amor são muitas vezes sentimentos mais egoístas do que de generosidade, nem sempre se pensando mais no ente amado do que no prazer de amar.

A caminho do 14º aniversário, partiu de forma inesperada, com um aviso muito curto. Há dois anos, um mês e um dia, depois de ser diagnosticada a diabetes em estado muitíssimo grave, que apenas lhe era ministrada a alimentação de dieta e injecções de insulina de 12 em 12 horas, com um rigor de minuto, e frequentes idas ao Hospital Veterinário para controlo da glicemia e de outros aspectos a fim de ajustar a dose de insulina. Era uma rotina cumprida com tal rigor que a vida doméstica lhe era sujeita sem qualquer reclamação ou desconforto. Tudo estava padronizado e esperava-se que continuasse por mais muitos meses, embora houvesse a convicção de que não seriam muitos mais.

Mas, a idade não perdoa e surgem complicações ligadas ao tempo de utilização da máquina corpórea, embora a aparência fosse boa, fruto do carinho e bons tratos que lhe eram dedicados. Mas, surgiram pequenos sintomas de que algo estava menos bem. Começou a notar-se que as fezes saíam com dificuldade e um pouco achatadas, a urina saía à custa de esforço cada vez maior e em quantidade reduzida ao longo de várias tentativas. Foi comunicado à veterinária que se inclinou para possível inflamação, mas nada melhorou com os antibióticos. O mal-estar tirou o apetite, que se tornou grave, pois não era saturação pela monotonia da dieta, já que foram experimentadas alterações sem resultado. No dia 8 antes da consulta não urinou e depois, apesar do soro e do antibiótico continuou sem urinar e o abdómen ficou intumescido devido ao enchimento da bexiga.

No dia 9 à hora de abertura, já estava na fila para nova consulta. Foi alvitrado à veterinária a hipótese de haver qualquer tumor que pressionasse a parte final do intestino, produzindo o achatamento das fezes, e que apertasse a uretra impedindo a passagem da urina. Embora os técnicos não gostem de alvitres dos leigos, o relacionamento durante estes mais de dois anos permitia um diálogo aberto e franco e foi feita radiografia e ecografia que mostravam uma massa já volumosa, possivelmente um tumor no útero. A palpação com o dedo mostrou que o intestino estava empurrado, por essa massa, contra a coluna, ocasionando a dificuldade de passagem das feses.

A tentativa de utilizar uma algália para esvaziar a bexiga não foi possível, apesar de terem sido utilizadas três modelos, incluindo um metálico, porque havia um ponto em que a resistência era tal que não podia ser vencida a não ser com o risco grave de rotura.

Para ver se o volume do abdómen era a bexiga foi feita uma punção num flanco e confirmou-se que era realmente ela, empurrada para a frente pela massa estranha existente mais à retaguarda. Foram retiradas cerca de 20 seringas de urina para aliviar, mas isso, não chegava a ser metade da existente e não era uma solução viável para a sobrevivência. A idade, o facto da diabetes, a debilidade por deficiente alimentação dos últimos dias (por esse motivo tinha estado na consulta na véspera), a veterinária, com muita delicadeza aconselhou que a solução mais adequada seria a eutanásia, porque seria maldade manter o bicho a sofrer sem a mínima esperança de melhorar nem de viver mais do que um ou dois dias, porque o sangue, por falta e de expulsão da urina, ficaria intoxicado. A dona, nem podia ouvir tal ideia e nem conseguiu assistir aos cuidados que estavam a ser feitos. Por fim, dado o fracasso da algália, os resultados dos exames radiográfico e ecográfico, e a história clínica, a veterinária chamou à sala a dona e conseguiu, embora com dificuldade, convencê-la. Para a «Linda» foi o fim de um sofrimento sem a mínima esperança e uma antecipação, certamente de umas horas ou um dia. Mas para a dona foi uma dor profunda, que não lhe foi fácil controlar.

E é a este momento decisivo que se refere a reflexão inicial sobre o «egoísmo» do amor. Mesmo que doente e a sofrer, sem esperança, não queria perder aquela companheira de muitos anos, que não deixava ninguém chegar à dona. Esta começava dizer que a «Linda» é que era a sua dona, teimosa, convicta, persistente, que se enraivecia (só pelo som) com o Tintin para ele não ocupar junto da dona o lugar que ela queria só para si. Por esta dedicação, a limpeza, a disciplina, a paciência nos tratamentos, deixa saudades, um lugar vazio e um registo indelével na memória. E este pequeno texto é uma ténue imagem de um acontecimento que evidencia que os animais de estimação, são para os donos quase como seres humanos da família. Merecem amizade e deixam dor e saudade.

07/05/2008

Operação às cataratas, sem fazer render o peixe

Transcrevo este artigo da Visão, recebido por e-mail, com notas finais, ao que nada acrescento por não considerar necessário.

"Olhos nos olhos" – Artigo assinado por Teresa Campos na "Visão" de 10/4/2008

Por uma questão de curiosidade, e porque muitos dos destinatários nasceram ou moram nesta terra, ou visitam com frequência o Barreiro, vou reproduzir uma pequena notícia que vem publicada na revista "Visão" de quinta-feira passada, com o título acima indicado e o sub-título "Em apenas 6 dias um oftalmologista espanhol limpou a lista de espera da cirurgia às cataratas, no Hospital do Barreiro"

"José António Lillo Bravo, 45 anos, oftalmologista espanhol, instalou-se de armas e bagagens, como quem diz, com equipa e equipamento, no Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, e reduziu drasticamente a lista de espera das operações às cataratas; precisou apenas de seis dias - seis! - para devolver a visão a 234 pessoas.

O procedimento é simples, faz-se em poucos minutos, só com anestesia local; o oftalmologia aplica o método (facoemulsificação) há mais de uma década, e permite ao doente voltar para casa no dia da intervenção. E pelos seus próprios pés.

Sem pudores, José Bravo precisa que, nos dias em que esteve no Barreiro, e com a ajuda da sua equipa, fez 48 intervenções diárias : 24 de manhã e 24de tarde – contra as 50 por ano, em média, dos médicos locais, e que resultaram, no final de 2007, numa lista de espera de 384 pessoas.

Por cada cirurgia, o espanhol, recebeu 900 euros. Um valor que, garante a administração do Hospital, é compensador: corresponde a metade do preço pedido pelos médicos portugueses."
Fim do artigo. Assinado: Teresa Campos.
(Revista Visão)

Notas que vinham no e-mail:

1. Agora digam se vivemos ou não num país de "gente" sem escrúpulos
2. Nem todos os médicos portugueses trabalham por amor à arte, é mais por amor ao dinheiro... Não é novidade para mim, mas o profissionalismo deste médico espanhol é de admirar!
3. O problema é que os médicos portugueses tiram o curso de mercenários
4. Grande parte da "classe médica portuguesa" deveria estar com vergonha!

Portugal, País inconclusivo

Embora tenha mais de meio ano de existência, este texto, agora recebido por e-mail, continua a ter interesse, pelo que o transcrevo para aqui. Há casos que permanecem, como as obras de Santa Engrácia!

«A justiça criminosa» por Clara Ferreira Alves
In «Pluma Caprichosa», Única, Expresso, 22 de Out de 2007

Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia que se sabe que nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços do enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogues, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.

Do caso Portucale à operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao Primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muito alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?

Vale e Azevedo pagou por todos. Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.

Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?

Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?

Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no calçadão de Copacabana?

Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do instituto de medicina legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.

No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém? As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a polícia espalha rumores e indícios que não substancia.

E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu?

E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?

E o processo do parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente"importante" estava envolvida, o que aconteceu? Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.

E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára? O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.

E aquele médico do hospital de Santa Maria suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento. Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.

Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade. Este é o maior fracasso da democracia portuguesa e contra isto o PS e o PSD que fizeram? Assinaram um iníquo pacto de justiça.

03/05/2008

No consultório do ginecologista

(recebido por e-mail)
- Doutor, o senhor terá que me ajudar num problema muito sério. Este meu bebé ainda não completou um ano e estou grávida novamente. Não quero filhos em tão curto espaço de tempo, mas sim num espaço maior entre um e outro.
E então o médico perguntou:
- Muito bem. E o que é que a senhora quer que eu faça?
A mulher, já esperançosa, respondeu:
- Desejo interromper esta gravidez e conto com a ajuda do senhor.
O médico então pensou um pouco e depois do seu silêncio disse a mulher:
- Acho que tenho um método melhor para solucionar o problema. E é menos perigoso para a senhora.
A mulher sorriu, acreditando que o médico aceitaria seu pedido.
E então ele completou:
- Veja bem, minha senhora, para não ter de ficar com os dois bebés de uma vez, em tão curto espaço de tempo, vamos matar este que está em seus braços. Assim, o outro poderá nascer. Se o caso é matar, não há diferença para mim entre um e outro. Até porque sacrificar este que a senhora tem nos braços é mais fácil, pois a senhora não correrá nenhum risco.
A mulher apavorou-se e disse:
- Não doutor! Que horror! Matar uma criança é um crime!
O médico sorriu e, depois de algumas considerações, viu que a sua lição surtira efeito. Convenceu a mãe que não há menor diferença entre matar a criança já nascida e matar uma criança ainda por nascer, mas viva no seio materno.
O crime é exactamente o mesmo!

02/05/2008

Sistema de portagens injusto

Do jornal gratuito «Global Notícias» de hoje, despertou-me interesse o editorial do director, Silva Pires, com o título «Justiça no sistema de portagens». Coloca em causa o critério dos preços em relação aos diversos tipos de viaturas. Se as portagens são uma compensação do desgaste que as viaturas causam ás auto-estradas, seria lógico que os preços fossem relacionados com o peso das mesmas, não propriamente com o peso real na viagem actual, mas com a capacidade máxima de transporte.

Não surge uma explicação lógica de uma moto pagar o mesmo que um automóvel. Nem que os camiões paguem de acordo com o número de eixos, sem ter em consideração o respectivo peso, isto é, com o desgaste provocado no piso da via.

O que falta? As pessoas reclamarem? Ou os responsáveis ligarem os neurónios e raciocinarem na solução mais lógica e justa? Ou criar uma solução viável e fácil para controlar os pagamentos?

Silva Pires refere uma viagem do Alentejo para Lisboa na companhia de um cidadão espanhol ligado ao ramo automóvel, em que não conseguiu explicar-lhe de forma compreensível a lógica dos preços das portagens, não eliminando a sua má impressão sobre este assunto.

Esta é para juntar à incrível «lógica» da sinalização rodoviária que, muitas vezes, só é compreensível para quem vive na zona mas que, por isso, não necessita dela e nem se apercebe de quão caprichosa e imperfeita ela é. Quem ocasionalmente viaja por região pouco conhecida sabe as dificuldades em que se encontra a cada passo.