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09/11/2009

A banca

Trabalhei 35 anos numa grande instituição financeira.
Muitas vezes pergunto a mim próprio, que obra deixei para o futuro que mostre que passei por aqui?
Certamente a única coisa que poderá provar esta passagem é um processo judicial (o único) que enfrentei profissionalmente e que me assombrará psicologicamente para sempre.
Estas instituições salvaguardam integralmente o dinheiro dos seus clientes. Eu garanto totalmente.
Num belo dia de trabalho apareceu-me no balcão uma cliente que vinha levantar dinheiro de uma conta sua. Apresentou-me um talão de um levantamento anterior, para saber o número.
Como não tinha cheques, assinou um talão avulso de levantamento.
Também não tinha documentos de identificação, pelo que seguindo o que era habitual fazer-se naquele balcão conferi a assinatura pela respectiva ficha de assinaturas.
Tudo bem, era semelhante.
O levantamento foi efectuado na caixa.
Dois dias depois, a mesma cliente apareceu-me, desta vez, no posto de depósitos a prazo para sacar uma verba razoável de uma conta a prazo. Apresentou-me um talão de um levantamento anterior, feito por um outro colega, para saber de que conta seria.
Quando chegou a altura de apresentar a identificação, mais uma vez não tinha. Fiz novamente o procedimento anteriormente referido.
O pagamento foi efectuado na caixa.
Uns dias depois a cliente apareceu na mesma situação, sem documentos identificativos.
Como na altura o colega que por acaso tinha feito a última actualização da ficha de assinaturas ia a passar, pedi-lhe para identificar a cliente.
Resultado, não era a cliente titular da conta mas a sua filha. Estava a proceder conforme a mãe lhe tinha dito. (garantiu)
Pedi-lhe que a mãe emigrante em França, escrevesse uma carta a dar autorização para a filha proceder aos levantamentos referidos.
Uns dias passaram quando o gerente recebe um telefonema de França do pai da “fulana” para bloquear as contas. A filha que andava nas drogas e na prostituição tinha-lhe assaltado a casa levado papeis do banco e temia que ela movimentasse contas indevidamente.
Isto deu origem a processo judicial pois o banco tinha tudo para processar esta “tipa”.
No julgamento a referida, confirmou todos os movimentos feitos comigo. Não se lembrava dos outros.
Como não tinha bens, a pena (ela já se encontrava detida) foi agravada, apanhou mais uns anos.
O advogado do banco estava na sala e defendia a instituição.
O que fica para memória, o banco ganhou o caso.
O pai desta “senhora” recebeu o dinheiro que eu tive que repor (assim me obrigou o contencioso interno) e livrei-me de um processo disciplinar, só porque havia mais dois colegas envolvidos, mais antigos e que procederam como era habitual naquele balcão, naquela situação. (Eu aprendi com eles) .
As instituições garantem sempre o dinheiro dos clientes, desde que possam culpar (colaboradores) funcionários de irregularidades.
No caso de grandes golpadas, como está na praça diariamente, os grandes gestores são promovidos ou transferidos com grandes verbas de indemnização, os clientes aguentam.
Infelizmente tudo isto só vem aumentar a minha mágoa. Trinta e cinco anos para esquecer.
José Ferreira

07/05/2008

Operação às cataratas, sem fazer render o peixe

Transcrevo este artigo da Visão, recebido por e-mail, com notas finais, ao que nada acrescento por não considerar necessário.

"Olhos nos olhos" – Artigo assinado por Teresa Campos na "Visão" de 10/4/2008

Por uma questão de curiosidade, e porque muitos dos destinatários nasceram ou moram nesta terra, ou visitam com frequência o Barreiro, vou reproduzir uma pequena notícia que vem publicada na revista "Visão" de quinta-feira passada, com o título acima indicado e o sub-título "Em apenas 6 dias um oftalmologista espanhol limpou a lista de espera da cirurgia às cataratas, no Hospital do Barreiro"

"José António Lillo Bravo, 45 anos, oftalmologista espanhol, instalou-se de armas e bagagens, como quem diz, com equipa e equipamento, no Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, e reduziu drasticamente a lista de espera das operações às cataratas; precisou apenas de seis dias - seis! - para devolver a visão a 234 pessoas.

O procedimento é simples, faz-se em poucos minutos, só com anestesia local; o oftalmologia aplica o método (facoemulsificação) há mais de uma década, e permite ao doente voltar para casa no dia da intervenção. E pelos seus próprios pés.

Sem pudores, José Bravo precisa que, nos dias em que esteve no Barreiro, e com a ajuda da sua equipa, fez 48 intervenções diárias : 24 de manhã e 24de tarde – contra as 50 por ano, em média, dos médicos locais, e que resultaram, no final de 2007, numa lista de espera de 384 pessoas.

Por cada cirurgia, o espanhol, recebeu 900 euros. Um valor que, garante a administração do Hospital, é compensador: corresponde a metade do preço pedido pelos médicos portugueses."
Fim do artigo. Assinado: Teresa Campos.
(Revista Visão)

Notas que vinham no e-mail:

1. Agora digam se vivemos ou não num país de "gente" sem escrúpulos
2. Nem todos os médicos portugueses trabalham por amor à arte, é mais por amor ao dinheiro... Não é novidade para mim, mas o profissionalismo deste médico espanhol é de admirar!
3. O problema é que os médicos portugueses tiram o curso de mercenários
4. Grande parte da "classe médica portuguesa" deveria estar com vergonha!