23/05/2013

Papa: 'Pessoas morrem, mas nos preocupamos com bancos'





"Por causa da crise as pessoas morrem de fome, mas nos ocupamos com os bancos". Francisco cita um "midrash" hebraico sobre o local de construção da torre de Babel, onde "se um tijolo caía era um drama, se um operário caía não acontecia nada", durante o encontro na Praça de São Pedro com os movimentos católicos. E adverte: "Hoje, se os bancos de investimento caem, é uma tragédia, mas se as pessoas morrem de fome, não acontece nada".

Para o papa, "o testemunho de uma Igreja pobre e para os pobres vai contra essa mentalidade". Advertência de Bergoglio para a necessidade da ética na vida pública. "A falta de ética na vida pública faz mal à humanidade inteira", alertou. A missão da Igreja é não se fechar e ir ao encontro das periferias existenciais. "Quando a Igreja se torna fechada, adoece. Pensem em uma sala fechada por um ano. Uma Igreja fechada está doente. A Igreja deve sair para as periferias existenciais, sejam elas quais forem. Jesus nos diz: ´Vão, preguem, dêem testemunho do Evangelho´", afirmou o papa durante o encontro na Praça de São Pedro com os movimentos e associações.

"O que está em crise é a pessoa como imagem de Deus, uma crise profunda. Nesse momento de crise, não podemos nos preocupar somente connosco",
acrescentou o papa, sublinhando a exigência de "não se fechar diante dos problemas". Além disso, "há mais mártires hoje do que nos primeiros séculos da Igreja, irmãos e irmãs nossos. Eles levam a fé até o martírio, mas o martírio nunca é uma derrota, é o grau mais alto grau do testemunho". Palavras acolhidas pela ovação de 200 mil fiéis.
 A Midrash é uma palavra hebraica conhecida na linguagem acadêmica como hermenêutica, que significa a maneira de interpretar os textos ou como entender as Escrituras ou a Bíblia.
Em 20/05/13

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