O ídolo não se cria a ele
próprio;
é a sociedade que o faz
surgir.
É a necessidade
da fuga à realidade,
ao confronto com as dificuldades,
que produz a fantasia
através da qual se cria
o ídolo.
O ídolo não é real;
é imaginário,
e, porque é imaginário,
não se cria a ele próprio.
É o imaginário da sociedade
que o cria, recria, sustenta
e comanda
em função da necessidade
do colectivo social
que, alienando-se do mal,
com o fim a viver
ou a sobreviver
neste mundo atual,
gera a fantasia
com que constrói o ídolo.
Vivemos numa sociedade
de verdadeira loucura
motivada pela desumanização,
pela corrupção, pela
ambição,
pela exploração do ser
humano!
Esta realidade gera
frustrações
que conduzem
à transferência de perturbações,
à anulação da personalidade,
alteração da identidade.
Vivemos numa sociedade
de verdadeira loucura,
de permanente tortura
motivada pela corrupção
que gera a necessidade
de alienação.
A alienação
faz da pessoa a negação.
O alienado deixa de pensar,
de agir, de atuar.
Apenas, resta ao imaginário
o ídolo criar
para que o ser humano
se possa alienar
e viver feliz, a sonhar…
Enquanto existir um ídolo
que se possa adorar,
pensando no céu estar,
viverão em paz e
tranquilidade
numa corrupta sociedade.
Não irão agir, não irão
atuar,
deixarão a caravana passar!
Viverão felizes a
sonhar…
Poema de - Zélia Chamusca
Fonte de imagem - Google
4 comentários:
Cara Amiga Zélia,
Com a proliferação de ídolos, embora efémeros, estamos a regredir para a mais antiga fase da humanidade em que o politeísmo consistia na adoração de um Deus para cada problema que o homem não percebia, o sol, o mar a lua, o vento a trovoada, etc . Mas o mundo foi evoluindo e a ciência foi dando respostas a muitas dúvidas e, então surgiu o monoteísmo.
Hoje adoram-se muitos ídolos efémeros, desde o dinheiro ao objecto tecnológico com mais capacidades que os anteriores, ao dinheiro, às pessoas que se destacam em actividades populares, mesmo que sem significado cultural sem contributo para o desenvolvimento mental e científico, como o futebol e os espectáculos alienantes. O Papa Francisco tem-se referido muitas vezes a esse culto dos ídolos efémeros que impedem o relacionamento construtivo com os familiares, colegas e vizinhos, e por vezes criam separações e conflitos clubísticos.
Beijo
João
Amiga Zélia,
Este seu poema é belo e simultaneamente um alerta para os ídolos que se têm vindo a ser criados ao "sabor das ondas"... E são tantos e tão miseráveis!
A sua Luta tem sido a nossa em alertar o Povo a não aceitar tais "ídolos de pés de barro"!Há que continuar e agora temos um bom exemplo a seguir o PAPA FRANCISCO!
Beijinhos amigos e solidários.
Ilustre Sr. A. João Soares,
Fico feliz por estar na mesma linha de pensamento que eu.
No poema digo o mínimo que posso dizer não ferindo suscetibilidades pois, muito mais teria para dizer. Constato que não é necessário porque "para bom entendedor meia palavra basta".
Espero que com a minha linguagem simples, clara, transparente tenha transmitido a mensagem ao mais comum dos mortais e que lhe sirva de reflexão sobre a vida e a sua manifestação enquanto ser humano em relação a ídolos fictícios, criados a partir de necessidades psicológicas como meio de fuga à realidade e que vejam que tais manifestações de massas revestem-se de bastante interesse para aqueles que detêm o poder no sentido de mais facilmente as poderem manobrar.
Muito grata, A. João Soares, por seu importante comentário.
Beijinho,
ZCH
Amigo Luis,
Fico feliz por apreciar o que escrevi.
O Papa Francisco transmite-nos permanentemente uma mensagem de amor, o verdadeiro amor que Cristo nos veio deixar.
Hoje surpreendeu-nos de novo com a sua simplicidade, pureza de alma e fraternidade ao dar boleia, no papamóvel, a um seu amigo Padre, conterrâneo.
Eu fico sufocada, sem palavras para definir ou falar sobre este extraordinário Homem que Deus nos enviou.
Espero que consiga renovar as mentalidades e os corações dos homens.
Grata por seu comentário e beijinho,
ZCH
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