21/06/2012

Ecologia, mais uma reflexão

Na fila do supermercado, o empregado da caixa diz a uma senhora idosa que deveria trazer os seus próprios sacos para as compras, uma vez que os sacos de plástico não eram amigos do meio ambiente.

A senhora pediu desculpas e disse:
"Não havia essa onda verde no meu tempo."

O empregado respondeu:
"Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. A sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso meio ambiente."

"Você está certo", responde a velha senhora. A nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente.
- Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerantes e cervejas eram devolvidas ao armazém. Este por sua vez mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada uso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam-nas, umas tantas vezes.
- Realmente não nos preocupámos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até ao comércio, em vez de utilizarmos o nosso carro de 300 cavalos de potência cada vez que precisamos de ir a dois quarteirões de distância.
- Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebés eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. As energias solares e eólicas é que realmente secavam as nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido dos seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
- Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época tínhamos só uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não uma tela do tamanho de um estádio; que depois será descartado, como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós.
Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usávamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou "paletes" de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.
Naqueles tempos, não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a relva, era utilizado um cortador de relva, que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisávamos de ir a um ginásio e usar passadeiras que também funcionam a eletricidade.
Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora enchem os oceanos.
Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes, em vez de comprar uma outra.
Não abandonámos as navalhas, ao invés de deitar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes, só porque a lâmina ficou sem corte.
- Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas apanhavam o autocarro e os meninos iam nas suas bicicletas ou a pé para a escola, em vez de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas.
Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizaria mais próxima.

Então, não dá vontade de rir que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não queira abrir mão de nada e não pense em viver um pouco como na minha época?

Como seria uma óptima solução regressar sustentadamente à forma de viver de há um século ou mais atrás!!!

Imagem de arquivo

2 comentários:

Celle disse...

João, um assunto tão polêmico!
Está na educação a solução deste problema e de muitos outros. Educação social, ambiental, sexual,política,etc. Sem um planejamento familiar, sem uma melhor redistribuição de rendas, sem consumismo e com vontade política das nossas autoridades nada feito...E não somos realmente os culpados desta situação, há muita gente mais nova envolvida. Disse bem a vovó..
Beijos
celle

A. João Soares disse...

Colega e amiga Celle,

A história mostra-nos «eras» com características diferentes, umas mais interessadas na Natureza e outras mais voltadas para a evolução tecnológica, o progresso, a obtenção de maior riqueza. Presentemente, estamos a sofrer os piores efeitos da era da industrialização que, com o uso exagerado do petróleo, poluiu a Natureza e colocou a humanidade à beira do colapso.

Não podemos falar de culpas, mas todos somos culpados na medida em que nos acomodamos e aceitamos as condições de vida gravosas para o ambiente. Para travarmos a degradação do meio ambiente, cada um tem que tomar consciência do problema e fazer a sua quota-parte para isto melhorar.

Os políticos na sua ânsia de não perder as próximas eleições e se manterem eternamente no Poder, estão submetidos aos poderosos da economia e das finanças e, mesmo que estejam conscientes do problema, não querem resolvê-lo, como se tem visto em todas as grandes cimeiras dedicadas à ecologia, ao ambiente, à sustentabilidade da vida natural e das condições de habitabilidade do Planeta.

E não podemos esperar por milagres divinos, pois Deus, senhor do Universo, em que a Terra constitui apenas um pequeno grão de poeira, que, se ficar deserto, nada influencia a dinâmica sideral, o universo.

Os únicos interessados na sustentabilidade da vida no Planeta são os seres vivos que nele habitam. E esses têm que pressionar os seus representantes a tomar as medidas mais adequadas. Se os governantes não agirem para bem dos habitantes acabarão por ser estes que, em situação de desespero, farão a defenestração, eliminando tudo aquilo que não presta, todos aqueles que não servem os interesses da vida natural, em geral.

Na defesa do ambiente ninguém tem o direito de ficar indiferente, e tem que assumir a sua quota-parte de responsabilidade e agir em conjunto com os seus vizinhos, as pessoas bem intencionadas do Planeta.

Beijos
João