10/10/2008

O Paradoxo do Nosso Tempo

Este texto, de George Carlin, foi recebido por e-mail e considerado importante como tema de reflexão, pelo que o transcrevo, aproveitando o título original.

Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não o nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar. Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos. Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de carácter pequeno; lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'. Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na despensa. Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'. Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Lembre-se de dar um abraço carinhoso num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, ame... Ame muito. Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas AMAR tudo que você tem! Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado.

6 comentários:

Carlos Rebola disse...

Amigo A. João Soares

Realmente é espantoso como nos "empanturramos" com o trivial, o acessório de tudo o que nos prejudica e desprezamos o que é valoroso, fundamental e bom. E incrivelmente, queremos ser felizes... como, assim!?
Este texto de George Carlin retrata fielmente o actual paradigma da nossa sociedade. Tem que mudar, sob pena de nos aniquilar.

Um abraço
Carlos Rebola

Ana Maria disse...

Valorizarmos o que está ao nosso lado, só nos ajuda no dia-a-dia.
Beijinhos, amiga!

Luna disse...

Este texto esta de acordo com o mundo em que vivemos, muito materialista
E parco de valores, e no fundo procuramos todos
A dita felicidade que com amor a encontramos
beijinhos

A. João Soares disse...

Carlos Rebola,
A humanidade entrou numa fase de loucura, de obsessão pelo trivial, efémero, de pouca utilidade, ao mesmo tempo que despreza o essencial. Avaliam-se as pessoas pela aparência, pela marca dos ténis e da camisola. Admiro muito um Ferrari ou um Jaguar, mas isso não me leva a ter consideração pelo seu proprietário, que até pode ser incapaz de dizer duas frases seguidas.
Os valores, o apreço pelo que temos à nossa volta é suficiente para sermos felizes. Somos felizes com o que temos e não com o que desejamos.
Nem todos se convencem disto! Mas está na mão de cada um.
Abraço
João

A. João Soares disse...

Ana Maria,
Tem muita razão.Devemos aprender a valorizar o que está nas nossas proximidades, a paisagem, as flores a vegetação, os monumentos, os rios o mar... e as pessoas, principalmente estas.
Beijos
João

A. João Soares disse...

Multiolhares,
É realmente uma descrição realista do mundo de hoje. Acima de tudo está o dinheiro e, na sua falta, a fantasia de que ele existe, o faz-de-conta. Essa mascarada, com a grande ambição pela riqueza material, leva a situações de crise como a actual.
Cabe a cada um de nós contribuir para a recuperação dos valores perdidos que são indispensáveis.
Cumprimentos
João