02/04/2020

OPTIMISMO OU PESSIMISMO ?

Optimismo ou pessimismo? Ontem à noite, ouvi uma idosa a despedir-se de outro idoso dizendo «até amanhã, será mais um dia até que…». Achei que isto é um pessimismo muito doentio. O ambiente em que estamos a viver é realmente muito degradante das mentalidades mais débeis e o pessimismo nada traz de bom. Gostaria que a senhora dissesse que se sentia feliz por completar mais um dia de vida e esperar que amanhã fosse melhor.

 Na vida real será bom que se avalie cada circunstância com sensatez, isto é, moderação. Se o pessimismo pode ser origem de azares, acidentes e erros graves, também o optimismo exagerado pode trazer grave inconvenientes. Já soube de casos em que a esperança num grande prémio de jogos de sorte (ou azar) levou pessoas com posses à falência repetição de grandes investimentos improdutivos.

 Mas quem tem poderes de decisão na administração de empresas ou de instituições públicas, como o governo, deve materializar o optimismo em planos estratégicos, bem elaborados com base em estudos bem elaborados, por forma a preparar um futuro promissor. Isso representa esperança e optimismo sensatos. Uma abertura de espírito acerca das realidades da vida prepara as pessoas para aceitar qualquer percalço e procurar as melhores soluções, com esperança de os ultrapassar e evitar a repetição das causas para evitar que voltem a acontecer, a fim de o amanhã poder ser mais radioso. Ficar a chorar um mau caso nada resolve e atrofia as energias necessárias para uma vida mais auspiciosa. É mais conveniente acreditar que, enquanto há vida, há remédio.

Isso não evita o termo da vida, mas esse não depende de nós, competindo-nos a responsabilidade de controlarmos sem exageros o nosso dia-a-dia que por norma tem altos e baixos, mas é nessa montanha de montes e vales que temos que conduzir. Como disse o General Eanes, na sua entrevista, «o medo é razoável, mas é da nossa obrigação ultrapassá-lo». Em vez do medo, deve haver algum receio e tomar medidas para enfrentar e vencer as situações difíceis.

Temos que enfrentar os problemas como a actual pandemia, de forma sensata e solidária, porque só nós colectivamente, para nosso bem e dos outros, podemos encontrar soluções para responder à crise se pensarmos com humildade e com corresponsabilidade, evitando ser contagiados e ter comportamentos que possam prejudicar os outros. Não devemos perder tempo com o nosso ego caprichos e interesses pessoais. Está em jogo a colectividade em que estamos inseridos. E desta forma a pandemia pode constituir um importante factor de solidariedade, gerando um mundo melhor, acabando com o egoísmo focado no próprio umbigo e reforçando laços de solidariedade para bem de todos em geral. A quarentena que obriga as famílias a fecharem-se e vivendo mais intensamente entre si, tem por finalidade evitar infectar os outros, isto é, procurar benefício colectivo para toda a sociedade, evitando o aumento de casos do novo coronavírus. Desejo que esta quarentena não nos escravize por mito mais tempo. Para isso, sigamos os conselhos que têm sido difundidos.

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