14/03/2010

Assessor versus coveiro

Recebi por e-mail há alguns anos e voltei a receber hoje e, porque é bom meditar nestas coisas para melhor conhecermos o mundo em que vamos vivendo, transcreve-se a mensagem.

Ora atentem lá nesta coisa vinda no Diário da República nº 255 de 6 de Novembro 2008:

EXEMPLO 1
No aviso nº 11 466/2008 (2ª Série), declara-se aberto concurso no I.P.J.
Para um cargo de "ASSESSOR", cujo vencimento pelos 3500 EUR (700 contos).
Na alínea 7:... "Método de selecção a utilizar é o concurso de prova pública que consiste na "... Apreciação e discussão do currículo profissional do candidato."

EXEMPLO 2
No aviso simples da pág. 26922, a Câmara Municipal de Lisboa lança concurso externo de ingresso para COVEIRO, cujo vencimento anda à roda de 450 EUR (90 contos) mensais.
Método de selecção:
Prova de conhecimentos globais de natureza teórica e escrita com a duração de 90 minutos.
A prova consiste no seguinte:
1. - Direitos e Deveres da Função Pública e Deontologia Profissional;
2. - Regime de Férias, Faltas e Licenças;
3. - Estatuto Disciplinar dos Funcionários Públicos.
4. - Depois vem a prova de conhecimentos técnicos: Inumações, cremações, exumações, trasladações, ossários, jazigos, columbários ou cendrários.
5. - Por fim, o homem tem que perceber de transporte e remoção de restos mortais.
6. - Os cemitérios fornecem documentação para estudo. Para rematar, se o candidato tiver:
- A escolaridade obrigatória somará + 16 valores;
- O 11º ano de escolaridade somará + 18 valores;
- O 12º ano de escolaridade somará + 20 valores.
7. - No final haverá um exame médico para aferimento das capacidades físicas e psíquicas do candidato.

Isto tudo para um vencimento de apenas 450 euros mensais!
Enquanto o outro, com 3500!!! Só precisa de uma cunha.

Vale a pena dizer mais alguma coisa?!

Por estas e por outras, é que existem Coveiros cultos e Assessores burros ...

NOTA: Isto não anda longe tdo tema do post Amizade ou honra e dignidade

4 comentários:

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Querido amigo João,

Por ser tão absolutamente ridículo, ri-me como se isto fosse uma anedota das muito boas.

Infelizmente não é...
Este é o País que temos enquanto o quisermos.

Beijinhos

A. João Soares disse...

Querida Ná,

Olhe que isto é capaz de estar longe da realidade. Na maior parte dos casos não há concurso para assessor, sendo nomeados, sem mais, como dizia há poucos anos uma vereadora da CMLisboa, na RTP, por «confiança política», isto é, familiares, amigos, filhos de amigos, boys da jota, etc. A competência não faz falta porque os denominados «estudos» são encomendados a firmas de amigos, com a indicação das conclusões a que devem chegar. Nunca esqueça que para o Aeroporto de Lisboa ir para a Ota o Estado (nós) pagou milhões em centenas de estudos... e depois nada se aproveitou e foi decidido ir para Alcochete!!! Assessor significa adereço para opar a vaidade do patrão, dizendo sim senhor, Vc tem muita razão, Vc é muito inteligente e sabe o que deve ser feito, etc. E assim subirá a deputado, secretário de Estado, ministro e por aí acima, com passagens pela PT, e outras empresas ou públicas ou com capital do Estado. Veja o brilhantismo do adepto do FCP!!! no post Eloquência brilhante!!!. Esse já chegou a um cargo demasiado elevado, à custa dessa metodologia. Ainda será ministro!!!

Beijos
João

J.Ferreira disse...

Caros amigos,

Medina Carreira disse na semana passada "que na Assembleia se poderiam aproveitar cerca de 30 individuos válidos, os outros podiam ir para casa".
Mais palavras para quê? O Zé aperta o cinto e paga para isto.
Um abraço

A. João Soares disse...

Caro Amigo José,

São uma praga de parasitas insaciáveis que exploram ao máximo os recursos de todos nós, e agindo sem controlo nem responsabilidade. Eles que impuseram aos professores a avaliação permanente do desempenho deviam fazer o mesmo em relação a si próprios. Seria bonito serem todos despedidos por indecente e má figura.

Seria bom que estabelecessem um sistema de Justiça como Nos EUA os políticos estão sujeitos à lei geral. Pelo contrário, cá reina a imunidade e a impunidade.

Um abraço
João