29/11/2013

O CINICO IGNORA A DOR DO ALHEIO SOFRIMENTO

 
 
 
 
Nunca existe alternativa
É fatal como o destino
Em cumprir-se a diretiva
Sem dignidade, sem tino.
 
Os mais frágeis atacados
São mais fáceis de abater
Sempre estes penalizados
Sempre os mesmos a sofrer.
 
Pagam pela corrupção,
P’la falta de honestidade
E de tamanha ambição
Que existe na sociedade.
 
Cada vez mais pobres são
E os ricos a enriquecer
Levados pela  opressão
Sobre os que não têm poder.
 
Corromperam a nação,
E o país já destruíram
É tão grande a sua ambição
Que o dinheiro  eles sumiram.
 
Roubaram e bem se encheram
E assim continua a ser
Comeram e bem beberam
E o pobre a sofrer.
 
Há gente que passa fome,
Ricos cada vez mais ricos
Neste mundo desconforme
Onde existem tantos cínicos
 
Não pode existir pudor,
De todo o alheio sofrimento
O cínico ignora a dor
Dos que vivem em tormento.
 
É o pobre que paga tudo
Paga o que outros já roubaram,
Roubam velhos sobretudo
E os que muito trabalharam.
 
Os  ricos mais ricos estão
E os pobres mais pobres ficam
É tão grande a ambição
Que em nada se dignificam
 
Perderam  a dignidade
Ganharam em ambição
É assim esta sociedade
Onde reina a corrupção!
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DANÇA ACROBÁTICA


27/11/2013

A realidade explicada de forma clara.




AÍ VÊM ELES!
- Quem é que vem aí?
- Os imigrantes.
- Então agora que os nossos estão a sair é que hão-de chegar outros?
- Sim, não tardará muito para que comecem a chegar.
- Para quê? Vêm cá passar o Natal?
- Esses vêm como turistas e voltam para as terras deles pouco depois. Eu refiro-me aos que vêm para ficar a trabalhar.
- Deve estar a brincar. Então com a falta de empregos...
- Exacto! Há falta de empregos mas há muitos postos de trabalho a preencher. Eles vêm para trabalhar, não para terem um emprego à moda dos de cá.
- E esses vêm então trabalhar em quê?
- Em tudo aquilo que os de cá não querem.
- Não estou a perceber.
- Na agricultura, nas fábricas que exportam, nos trabalhos mais pesados.
- E nós?
- Vocês continuam no Fundo de Desemprego à espera que vos chamem para Presidentes de Conselhos de Administração.
- Está a gozar!
- Não, estou a falar muito a sério. O País real passa cada vez mais ao largo das vossas reivindicações. Os empreendedores não ficaram à espera que o Governo lhes dissesse o que deveriam fazer: fizeram.
- Fizeram o quê?
- Transformaram a nossa Balança Comercial de negativa crónica em positiva. Só! Acha pouco?
- Mas isso foi algum milagre da Senhora de Fátima?
- Não foi milagre nenhum. O decréscimo enorme que houve no consumo quebrou radicalmente as importações e bastou algum crescimento das exportações para que o saldo passasse a ser positivo.
- Então o milagre foi nas importações.
- Isso também não foi milagre nenhum: foi a falência do falso «modelo de desenvolvimento» que tínhamos com o nosso sistema bancário a perder o crédito no estrangeiro e a não poder mais financiar importações. E foi também a quebra dos meios de pagamento em poder dos consumidores portugueses. Não esquecer as negaças que houve com os subsídios de férias e de Natal...
- E por que é que as exportações cresceram assim de repente?
- Porque os empresários não perderam tempo e quando viram que o mercado interno tinha dado o berro, voltaram-se para os mercados externos e salvaram a pele deles e a do país.
- E isso vai continuar assim?
- Espero bem que sim e que o novo modelo económico seja mesmo de desenvolvimento e não mais como o anterior que foi de afundamento.
- Mas qual é a diferença entre esses dois modelos?
- O anterior estava a fazer de Portugal um país de serviços e o novo tem que se basear na produção de bens e serviços transaccionáveis.
- Que bens são esses?
- São todos os que possam ser objecto de comércio internacional. Quer exemplos? Um carro é um bem transaccionável porque pode ser importado ou exportado; o Turismo é o serviço transaccionável mais comum mas os Seguros também o são; um navio, um saco de batatas ou de cebolas, um cabaz de peixe, um computador ou o respectivo software, tudo são bens transaccionáveis...
- E o que é que não é isso?
- Bens e serviços não transaccionáveis são os que não podem ser exportados ou importados. Por exemplo, uma estrada, uma ponte, um prédio, são bens não transaccionáveis; uma corrida de táxi daqui até à estação do Rossio é um serviço não transaccionável.
- E como era antes?
- Vinha praticamente tudo do estrangeiro e nós quase só vendíamos Turismo. Andávamos a fazer obras públicas importantes sobretudo para quem as construía, o Governo anterior preparava-nos para mais uns quantos elefantes brancos, já estávamos internacionalmente com um dos índices mais elevados de habitação própria ao mesmo tempo que o parque habitacional edificado se encontrava em ruínas, o consumo era a menina dos olhos do comércio importador. E todos viviam muito felizes num mundo irreal comprando tudo sem dinheiro... O pior foi quando os credores disseram que chegara a hora de fazer contas.
- Quais credores?
- Os primeiros a apertar os gasganetes aos devedores foram os bancos estrangeiros que disseram aos bancos portugueses que não havia mais nada para ninguém enquanto não começassem a pagar o que já lhes deviam. E, aí, houve grandes bancos portugueses que estiveram parados durante uns tempos à espera que alguns dos seus clientes exportassem alguma coisa para poderem ser creditados lá fora desses montantes e pagarem cá dentro em Euros internos.
- Euros internos? Então os Euros não são todos iguais?
- As notas e as moedas são todas praticamente iguais mas não é de notas nem de moedas que falo. Falo da moeda escritural, a dos movimentos contabilísticos a débito e a crédito nos mercados inter-bancários.
- Vai ter que me explicar isso mais de vagar...
- O meu amigo vai ali ao seu banco com um saco de notas e moedas que deposita na sua conta e diz ao banco para mandar vir da Finlândia uma manada de renas. O seu banco não vai com o saco de notas e moedas à Finlândia pagar a manada das ditas renas. Guarda o dinheiro que Você lhe entregou e pede ao banco finlandês que, por sua conta, banco português, pague ao exportador da manada. Só que o banco finlandês diz ao banco português que já pagou manadas a mais por conta dele, banco português, pelo que está na hora de ele, banco português, amortizar a dívida que tem para com ele, banco finlandês. Então, o banco português tem que esperar que o importador finlandês de rolhas portuguesas de cortiça deposite no banco finlandês esse dinheiro que será então creditado ao banco português para que este possa então merecer novamente alguma confiança do seu correspondente finlandês. Portanto, como os bens e serviços, há uns Euros que passam a fronteira (os externos) e os que não passam fronteiras (os internos). O que aconteceu ao sistema bancário português foi a perda de crédito junto dos correspondentes estrangeiros por razões deste género. O falso modelo de desenvolvimento em que estávamos, mandando vir tudo lá de fora, deu o berro.
- E como foi que o assunto se resolveu?
- O problema não se resolveu; apenas se começou a atenuar.
- Como?
- Cortando no poder de compra dos consumidores, os importadores reduziram drasticamente as suas encomendas ao estrangeiro e os que sobreviveram passaram a contratar cá dentro uma parte do que dantes mandavam vir de fora. Houve uma substituição (parcial) de importações por produções nacionais mas o mais importante foi que os empresários que viram o mercado interno em ruína, se atiraram para os mercados externos e deram ao sistema bancário a oportunidade de retomar alguma da confiança que tinham perdido lá fora.
- E o que é que isso tem a ver com os imigrantes que Você diz que vêm aí?
- Tem tudo. Os portugueses continuam a reivindicar os direitos adquiridos, a fazer greves, a protestar contra tudo. Só que o empresariado não tem tempo a perder e vai certamente começar a preencher os novos postos de trabalho por quem esteja disposto a arregaçar as mangas em vez de erguer os punhos.
- Mas os Sindicatos não vão permitir que esses estrangeiros para cá venham roubar empregos aos portugueses.
- Mas Você é da extrema-direita?
- Eu, fascista? Nem pensar nisso! Eu sou democrata de esquerda.
- Mas está a pugnar pelo mesmo que o Le Pen em França...
- Porquê?
- O Le Pen também quer correr com os estrangeiros para os empregos ficarem para os franceses.
- Mas os nossos Sindicatos não têm nada a ver com o Le Pen!
- Pelos vistos têm tudo a ver com posições de direita extrema. Vocês, sindicalizados, é que andam muito enganados.
- Não me diga mais nada!
- Posso dar uma última sugestão?
- Pode.
- Pensem pelas vossas cabeças e deixem de seguir bandeiras que só vos enganam.
- Vou pensar nisso...
- Continuação duma boa tarde!

NÃO QUERO ACREDITAR, SERIA DE “BRADAR AOS CÉUS”!





Foi publicado em D.R. em Outubro...
SUBSÍDIOS DE FÉRIAS E DE NATAL DOS DEPUTADOS PARA 2014 AUMENTAM 91,8%!
A notícia é mesmo verdadeira e vem no Diário da República. O orçamento para o funcionamento da Assembleia da República foi já aprovado em 25 de Outubro passado, fomos ver e notámos logo, contudo já sem surpresa, que as despesas e os vencimentos previstos com os deputados e demais pessoal aumentam para 2014.
Mais uma vez, como é já conhecido e sabido, a Assembleia da República dá o mau exemplo do despesismo público e, pelos vistos, não tem emenda.
Em relação ao ano em curso de 2013, o Orçamento para o funcionamento da Assembleia da República para 2014 prevê um aumento global de 4,99% nos vencimentos dos deputados, passando estes de 9.803.084 € para 10.293.000,00 €. Mais estranho ainda é a verba relativa aos subsídios de férias de natal que, relativamente ao orçamento para o ano de 2013, beneficia de um aumento de 91,8%, passando, portanto, de 1.017.270,00 € no orçamento relativo a 2013 para 1.951.376,00 € no orçamento para 2014 (são 934.106,00 € a mais em relação ao ano anterior!).
Este brutal aumento não tem mesmo qualquer explicação racional, ainda assim fomos consultar a respectiva legislação para ver a sua fórmula de cálculo e não vimos nenhuma alteração legal desde o ano de 2004, pelo que não conseguimos mesmo saber as causa e explicação para tanto.. Basta ir ao respectivo documento do orçamento da Assembleia da República para 2014 e, no capítulo das despesas, tomar atenção à rubrica 01.01.14, está lá para se ver.
Já as despesas totais com remunerações certas e permanentes com a totalidade do pessoal, ou seja, os deputados, assistentes, secretárias e demais assessores, ao serviço da Assembleia da República aumentam 5,4%, somando o total € 44.484,054.
Os partidos políticos também vão receber em 2014 a título de subvenção política e para campanhas eleitorais o montante de € 18.261.459. Os grupos parlamentares ainda recebem uma subvenção própria de 880.081,00 €, sendo a subvenção só para despesas de telefone e telemóveis a quantia de 200.945,00 €.
É ver e espantar! Caso tenham dúvidas é só consultarem o D.R., 1.ª Série, n.º 226, de 21/11/2013, relativo ao orçamento de 2014, e o D.R., 1.ª Série, n.º 222, de 16/11/2012, relativamente ao orçamento de 2013. por Sérgio Passos http://euacuso.blogs.sapo.pt/