Vejam a modéstia
deste propalado Socialista... Mais vida para além do deficit, ou
“É a República, estúpido!” Blogue CORTA FITAS, publicado por Rui Crull Tabosa
“É a República, estúpido!” Blogue CORTA FITAS, publicado por Rui Crull Tabosa
Regalos
republicanos
A bela imagem
que acompanha este texto não foi escolhida por acaso.Trata-se da " Casa
do Regalo", um palacete situado "no topo da Tapada das Necessidades, entre
frondosa mata",
mandado construir pelo rei D. Carlos I para estúdio de pintura da rainha D.
Amélia.
Na República serve, não para instalação de entidades oficiais, mas,
pasme-se, para gabinete de recreio do reizete Sampaio (que bebe do
fino, como se usava dizer), um dos moralistas do regime que gosta de encher
a boca com a propalada "ética republicana", a tal que, supunha-se, tinha a ver com
igualdade entre os cidadãos e a abolição de " regalias" (lex dixit) e privilégios a quem os
já não representa.
Dito de outro modo, no dia seguinte ao termo de funções de chefe do
Estado, Sampaio deveria (querer) voltar a ser um cidadão comum, como os demais,
enfim, um entre iguais.
Mas não, claro que o Jorginho gosta de um ambiente apalaçado (mesmo que a
Lei 26/84, alterada pela Lei 28/2008, se refira a "gabinete",
não a palacete ...), aprecia o séquito de "um assessor e um secretário da sua confiança" e, é claro, não prescinde do "automóvel do Estado, para o seu serviço pessoal,
com condutor e combustível".
Pouca despesa, como se imagina, qualquer coisita como, só em pessoal,
entre cem mil e duzentos mil euros anuais, ou talvez um pouco mais...
Este espírito desprendido e este viver modesto não
surpreendem em tão emérito socialista, ou não tivera ele dito há uns anos, quando recebeu 90 mil
euros do Prémio Carlos V, que "O prémio, desta
vez, vai ser para mim. Não vai haver associações de caridade. Os tempos vão
maus".
Seja como for, neste tempo de profunda crise, em que se corta nos
subsídios de férias e de Natal dos trabalhadores, em que antigos governantes
vão deixar de poder acumular subvenções com rendimentos privados, urgia dar
também o exemplo de acabar com injustificadas regalias de antigos titulares de
cargos políticos, a começar pelos ex-Presidentes da República, desde logo
revogando as alíneas a) e b) do artigo 6.º da Lei 26/84.
O que, de resto, sempre seria uma exigência do próprio princípio
republicano, se, é claro, houvesse vergonha neste País.
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