Não podemos prender a nós definitivamente as pessoas que
amamos para suprir nossa necessidade de afeto.
O amor que ama, aprende a libertar.
Procuramos ganhar tempo para tudo na vida.
Mas a vida, quando chega no próprio limite, despede-se, e é esse último
adeus que é difícil de compreender e, mais ainda, aceitar.
Possuímos um conceito errado do amor.
Amar seria, no seu total significado, colocar a felicidade do outroacima de tudo, mas na realidade é a nossa felicidade que levamos em consideração.
Queremos os que amamos perto de nós porque isso nos completa, nos deixa bem e seguros.
E aceitar que nos deixem é a mais difícil de todas as coisas.
Não dizemos sempre que queremos partir antes de todos os que mamos?
Isso é para evitar nosso próprio sofrimento, nossa própria desolação.
É o amor na sua forma egoísta.
Aceitar um adeus definitivo é uma luta.
Se as perdas acontecem cedo demais ou de forma inesperada,
o sentimento de desamparo é muito maior e a dor mais prolongada.
É o incompreensível casando-se com o inaceitável e o tudorasgando a alma.
Essas dores poderão se acalmar, mas nunca se apagarão.
Mas quando a vida chega ao final depois de primaveras eprimaveras e outonos e mais outonos, nada mais justo que o repouso e aceitar a partida é uma forma de dizer ao outro que o amamos, apesar da falta que vai fazer.
Não podemos prender as pessoas a nós para ter a oportunidade de dizer tudo o que queremos ou fazer tudo o que podemos por elas.
De qualquer forma, depois que se forem, sempre nos perguntaremos se
não poderíamos ter dito ou feito algo mais.
Mas essas questões são inúteis.
O amor que ama integralmente não quer ver o outro sofrer e ele abre mão dos próprios sentimentos para que o destino se cumpra, para que a vida siga seu curso.
As dores do adeus são as mais profundas de todas.
Mas elas também amenizam-se com o tempo e um dia, sem culpa, voltamos a sorrir, voltamos a abrir a janela e descobrimos novamente o arco-íris da vida.
Depois da tempestade descobrimos um dia novo e o sol brilha de maneira diferente.
E talvez seja assim que aprendemos a dar valor à vida,
aos que nos cercam; aprendemos a viver de forma a não ter arrependimentos depois e aproveitar ainda mais cada segundo vivido em companhia daqueles que nosso coração ama."
TEXTO DE Letícia ThompsoN
3 comentários:
Amiga Celle,
Temas como este desencadeiam uma torrente de pensamentos acerca do funcionamento da mente humana. Cristo disse «ama os outros como a ti próprio». Isso significa que acima de tudo nos amamos a nós próprios. Oams aos outros é secundário e, muitas vezes com o egoísmo do prazer que sentimos com essa nossa afeição interesseira.
Li algures que muitas senhoras de aspecto muito religioso, dão muitas esmolas para ganharem o céu. Isto é compram o céu dando esmolas. E há a frase «quem dá aos pobres, empresta a Deus».
Parece inquestionável que somos dominados pelo egoísmo, o amor a nós mesmos. Mas é preciso fazer a diferença, pela educação, pelo civismo, aprendendo a respeitar os outros como queremos ser respeitados. O nosso direito cessa onde começam os direitos dos outros.
Quem parte deixa saudades...
Beijos
João
Olá, querida
O domínio das emoções é uma bela arte e o coração grita o que ele sente... o luto é de todas as dores a mais triste...
Bjs de paz e bem
Boa noite
Por apreciar este blogue e como as regras do Prémio DARDOS referem que devemos indicar os blogues a que o atribuiríamos, decidi inclui-lo no conjunto de blogues a que o atribuí.
O Prémio pode ser visto aqui: http://joaobarbeita.blogspot.pt/2012/11/agradeco-o-premio-dardos.html
Deixo ao seu critério a exibição, ou não, do referido Prémio.
João
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