Os representantes dos credores internacionais querem
que Portugal tenha um plano B, baseado em cortes na despesa, para fazer face a
um eventual cenário de agravamento da recessão económica que possa pôr em causa
as receitas com impostos, avança esta terça-feira o Jornal de Negócios.
O Jornal de Negócios avança hoje que os membros da
troika, composto por representantes da Comissão Europeia, do Banco Central
Europeu e do Fundo Monetário Internacional (FMI), querem que Portugal tenha um
plano B para evitar novas derrapagens orçamentais e o programa que tem de estar
pronto em Novembro.
De acordo com o jornal, a Comissão Europeia explica
que o ministro das Finanças Vítor Gaspar terá de apresentar novas medidas de
redução da despesa, capazes de compensar uma nova derrapagem da receita fiscal
e adianta que o Governo português tem um mês para apresentar à troika o
novo pacote, uma espécie de “plano B”, que terá de estar pronto para estar no
terreno no próximo ano, no caso de se começar a verificar uma nova derrapagem
no cumprimento da meta do défice.
“Estas medidas
estão a ser preparadas pelo Governo e a sua natureza e adequação serão
discutidas na próxima (sexta) avaliação”, revelou fonte oficial da Comissão Europeia
ao jornal.
Contactado, o Ministério das Finanças não quis
comentar o novo pacote de medidas.
NOTA:
Finalmente a Troika parece ter acordado para a realidade...
1 comentário:
Caro Luís,
Isto não é um favor, é uma chasada, um ralhete para evitar a continuação dos erros de estratégia do nosso «operador de calculadora» que não revela a mínima sensibilidade para as pessoas e para os assuntos sociais. A UE pela boca de Durão Barroso e o FMI pela de Lagarde já tinham avisado para os perigos da insistência excessiva na austeridade, como tem sido a obxesão do Gaspar. Como ele não percebeu agora deram um prazo do tipo ULTIMATO. É assim que se tratam os meninos teimosos e rabinos.
Transcrevo parte do pos que publiquei nos meus blogues pessoais:
E é preciso reflectir que as despesas a reduzir não devem ser aquelas que vão prejudicar os cidadãos mais carentes que, devido à austeridade, já apertam o cinto á volta das vértebras descarnadas. Há que olhar seriamente para o esbanjamento do dinheiro público como as despesas inúteis, não essenciais e desnecessárias, com apoios financeiros às «fundações» que os não mereçam pela fraca qualidade ou ausência de resultados realmente úteis para os cidadãos e/ou com gestão desadequada e exageradamente custosa que só dão benefício para os administradores tachistas da amizade e da «confiança» dos políticos. O mesmo se pode dizer de observatórios sem utilidade prática ou proporcional aos custos, de apoios a actividades sem justificação que não seja apenas o apoio a amigos, de quantidade desnecessária de assessores, de especialistas, de conselheiros, de consultores, etc. Por exemplo, para que servem tantos deputados eleitos pelo povo se, apesar da sua qualidade e quantidade, o Parlamento vai gastar 406 mil euros em estudos encomendados a gabinetes amigos, nos quais, eventualmente, poderão trabalhar deputados?
Também o Governo, apesar da quantidade de assessores e especialistas, não se poupa à generosidade de encomendar estudos e pareceres a gabinetes de advogados amigos. Recorde-se que o Governo anterior tinha pago centenas de estudos e pareceres a justificar o Aeroporto de Lisboa na OTA, o qual acabou por ser destinado à região de Alcochete. Assim se criam e agravam as crises que resultam no empobrecimento imposto à classe média e baixa, apesar de, ocasionalmente, se ouvir falar do desejo de obter «justiça social».
Abraço
João
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