As críticas, quando positivas e construtivas são úteis porque estimulam a reflexão dos decisores levando-os a reanalisar os problemas e a dar as convenientes explicações que anulem a crítica maldosa ou a reconhecer que algo está menos correcto e é preciso estudar mais profundamente a questão para escolher solução mais adequada à realidade. Tudo se deve passar como na condução de meios de transporte rodoviários, marítimos ou aéreos em que as correcções da rota constituem uma preocupação constante.
Mas o ministro da Defesa, Aguiar-Branco, acusou os comentadores "de fato cinzento e gravata azul" de serem «adversário é tão corrosivo, tão arriscado e tão perigoso». Enfim, são palavras eventualmente «politicamente correctas» mas vagas e sem clareza, proferidas perante uma assistência formada no conceito de que as palavras ditas ou escritas devem ser «claras, precisas e concisas». A entidade seria mais apreciada se tivesse pegado numa crítica «corrosiva e arriscada» e a anulasse, usando esclarecimento compreensível, claro e preciso. As críticas servem para proporcionar aos governantes tal oportunidade.
Sobre tais as palavras, Marcelo Rebelo de Sousa «considerou que os membros do Governo andam “muito hipersensíveis” às críticas, fazendo-lhe lembrar os tempos dos Governos de Cavaco Silva em que se falava de forças de bloqueio».
Já em comentários de blogues deixei a ideia de que uma crítica ideal, para ser positiva e construtiva, deve ser concreta e seguida de uma sugestão, uma pista que nos mostre uma ou mais formas possíveis, viáveis, de melhorar aquilo que achamos mal.
Um professor, num curso especial pós-graduação, ensinava que uma crítica deve ser serena e começar por elogiar algo que seja bom, mesmo que seja uma coisa insignificante (por não se encontrar uma de fundo!) e depois dizer «contudo» (however)... e então começa-se a referir aquilo de que se discorda. Quando temos interesse em que se corrija o rumo das coisas, não podemos deixar de indicar soluções possíveis. E isto dá credibilidade à boa intenção e seriedade da crítica.
E nos assuntos sociais, colectivos, nacionais, que a todos interessam ninguém deve ter receio de apontar alternativas. É do conhecimento comum que os políticos só agem quando pressionados e isso tem sido comprovado por ocasionais recuos ocorridos após decisões criticadas por cidadãos, quer individualmente quer através de parceiros sociais. Em tais casos, não pode esquecer-se que a união faz a força. E essa união exige hierarquia, organização, regras (disciplina) e existência de método de trabalho. Para se modernizar uma cidade não basta demolir, são indispensáveis ideias, planos, projectos e esforço de construção.
Há que eliminar o erro o vício muito arreigado de os governantes e os autarcas se considerarem donos de Portugal quando, constitucionalmente, os donos são os cidadãos colectivamente que neles delegam para ser apenas mandatários do povo, com a missão de defender os interesses nacionais, das pessoas que representam.
Porém, a nossa atitude não pode limitar-se a críticas demolidoras, tem de haver ideias, propostas, indicação de alternativas. Temo-nos habituado aos orgasmos simplesmente eróticos sem finalidade de procriação! Devem evitar-se críticas arrasadoras sem delas surgir nenhuma ideia construtiva, viável, prática, com garantias de eficácia. Não é preciso imitar os tunisinos ou os egípcios, pois seremos capazes de agir positivamente, de outra forma mais adequada às nossas condições. Portugal merece a nossa dedicação edificante.
Imagem de arquivo
Mas o ministro da Defesa, Aguiar-Branco, acusou os comentadores "de fato cinzento e gravata azul" de serem «adversário é tão corrosivo, tão arriscado e tão perigoso». Enfim, são palavras eventualmente «politicamente correctas» mas vagas e sem clareza, proferidas perante uma assistência formada no conceito de que as palavras ditas ou escritas devem ser «claras, precisas e concisas». A entidade seria mais apreciada se tivesse pegado numa crítica «corrosiva e arriscada» e a anulasse, usando esclarecimento compreensível, claro e preciso. As críticas servem para proporcionar aos governantes tal oportunidade.
Sobre tais as palavras, Marcelo Rebelo de Sousa «considerou que os membros do Governo andam “muito hipersensíveis” às críticas, fazendo-lhe lembrar os tempos dos Governos de Cavaco Silva em que se falava de forças de bloqueio».
Já em comentários de blogues deixei a ideia de que uma crítica ideal, para ser positiva e construtiva, deve ser concreta e seguida de uma sugestão, uma pista que nos mostre uma ou mais formas possíveis, viáveis, de melhorar aquilo que achamos mal.
Um professor, num curso especial pós-graduação, ensinava que uma crítica deve ser serena e começar por elogiar algo que seja bom, mesmo que seja uma coisa insignificante (por não se encontrar uma de fundo!) e depois dizer «contudo» (however)... e então começa-se a referir aquilo de que se discorda. Quando temos interesse em que se corrija o rumo das coisas, não podemos deixar de indicar soluções possíveis. E isto dá credibilidade à boa intenção e seriedade da crítica.
E nos assuntos sociais, colectivos, nacionais, que a todos interessam ninguém deve ter receio de apontar alternativas. É do conhecimento comum que os políticos só agem quando pressionados e isso tem sido comprovado por ocasionais recuos ocorridos após decisões criticadas por cidadãos, quer individualmente quer através de parceiros sociais. Em tais casos, não pode esquecer-se que a união faz a força. E essa união exige hierarquia, organização, regras (disciplina) e existência de método de trabalho. Para se modernizar uma cidade não basta demolir, são indispensáveis ideias, planos, projectos e esforço de construção.
Há que eliminar o erro o vício muito arreigado de os governantes e os autarcas se considerarem donos de Portugal quando, constitucionalmente, os donos são os cidadãos colectivamente que neles delegam para ser apenas mandatários do povo, com a missão de defender os interesses nacionais, das pessoas que representam.
Porém, a nossa atitude não pode limitar-se a críticas demolidoras, tem de haver ideias, propostas, indicação de alternativas. Temo-nos habituado aos orgasmos simplesmente eróticos sem finalidade de procriação! Devem evitar-se críticas arrasadoras sem delas surgir nenhuma ideia construtiva, viável, prática, com garantias de eficácia. Não é preciso imitar os tunisinos ou os egípcios, pois seremos capazes de agir positivamente, de outra forma mais adequada às nossas condições. Portugal merece a nossa dedicação edificante.
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