COMO APROVEITAR A PASSAGEM PELA OPOSIÇÃO
http://domirante.blogspot.com/2016/09/como-aproveitar-passagem-pela-oposicao.html
(Publicado em O DIABO em 20 de Setembro de
2016)
Quando um partido que passou uma ou mais vezes pelas funções do poder executivo
e se vê na oposição, deve, como em tudo na vida, encarar o facto da maneira
mais positiva e tirar dele os melhores benefícios, para o País e para o futuro
do partido.
A situação de não ser responsável por tomar decisões que imponham deveres e
sacrifícios aos cidadãos permite liberdade de análise, com capacidade de isenção,
dos problemas fundamentais do País, e esboçar estratégias mais adequadas à
melhoria da qualidade de vida das populações e ao enriquecimento da economia
nacional, em benefício de todos.
Enfim, esse período de «repouso» deve ser aproveitado como um estágio de
preparação para o desejado próximo período de governação. Para que este se
concretize, convém ir dando aos eleitores a noção de que existe uma estratégia
bem estudada, bem organizada e programada que contribuirá para uma vida melhor
nos dias que virão, em benefício de todos os cidadãos.
Infelizmente, as coisas nem sempre são assim compreendidas e, em vez de em cada
momento se pensar em engrandecer o país e criticar o Governo de forma positiva
e construtiva, numa competição de competência, para atingir as melhores metas,
cai-se na crítica destrutiva, negativa, em que sobressai a intenção da «luta
pelo poder» de forma abjecta, à espera de que tudo seja demolido para reiniciar
do nada a construção de algo que não se sabe bem o que será.
De olhos focados num futuro melhor, desejado por todos e serenamente preparado,
todo e cada cidadão, só ou inserido em organizações idóneas, deve dar o melhor
de si, dos seus conhecimentos, das suas capacidades, para que dos mais altos
cargos saiam medidas bem estruturadas e adequadas aos principais objectivos
nacionais. Nisso, os partidos têm especial responsabilidade e devem aproveitar
a oportunidade para contribuir para que o novo orçamento seja preparado da
forma mais auspiciosa para a grande maioria dos portugueses, os que foram mais
sacrificados pela crise que ainda não se desvaneceu.
Como diz Anthony Giddens no seu livro «Runaway World» em 1999, «agora que as
velhas formas de geopolítica se estão a tornar obsoletas, as nações vêem-se
obrigadas a repensar as próprias identidades». E isso não pode ser tarefa a
realizar por capricho ou inspiração de momento mas fruto de profunda meditação,
com a colaboração de largo espectro dos cidadãos.