09/02/2015

DESABAFO…






Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa: 
- A senhora deveria trazer os seus próprios sacos reutilizáveis para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigos do ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse:
- Não havia essa onda verde no meu tempo.
O empregado respondeu:
- Esse é exactamente o nosso problema hoje, minha senhora.
"A sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso ambiente".
- O senhor está certo - responde a velha senhora - a nossa geração não se preocupou adequadamente com o ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja.
A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reutilização e  os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.
Mas o Sr. está certo. Nós não nos preocupávamos com o ambiente. Até então, as fraldas de bebes eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bambaleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam as nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV era do tamanho de um lenço, não tinha um écran do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas eléctricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.
Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a relva, era utilizado um cortador que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a electricidade.
Mas o Sr. tem razão: não havia naquela época preocupação com o ambiente.
Bebíamos diretamente das fontes, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos.
Canetas: recarregávamos com tinta tantas vezes ao invés de comprar outra.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o autocarro ou o eléctrico e os meninos iam de bicicleta ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só  uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos.. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não é risível que a atual geração fale tanto em "meio ambiente", mas não quer abrir mão de nada e por acaso o Sr. não pensa em viver um pouco como na minha época?
 
"Agora que  já leu o desabafo, envie para os seus amigos que têm mais de 50 anos de idade, e para os néscios que tem tudo nas mãos e só sabem criticar os mais velhos..."

2 comentários:

A. João Soares disse...


Caríssimo Luís,

Na Natureza e na Humanidade tudo vai mudando e os seres humanos criaram as tecnologias para poupar esforços.A idosa comparou a juventude dela com a do rapaz.Mas esqueceu que a dela já foi muito diferente da dos seres humanos da época da pedra lascada. E a evolução não pára.Teremos nos próximos tempos alterações já previsíveis, como o desaparecimento de: O Correio, O cheque, O jornal, O livro, O telefone fixo, A Música, A Televisão, As coisas que hoje usamos
e o que é mais aborrecido, A nossa privacidade. A vida é movimento,mas convém que seja orientada no sentido mais favorável às pessoas.

Um abraço
A João Soares

Gisele Claudya disse...

Realmente o mundo mudou mesmo mas muitos ainda teimam em culpar os mais vividos.
Beijosssssss