Enquanto esperava a reunião do pequeno grupo de amigos para o almoço passei os olhos pelos títulos de alguns jornais, sem me afundar no teor dos artigos porque entretanto conversava e o tempo não o permitia. Deparei com esta frase que me arrepiou «Bush quer reforçar o orçamento para a OFENSIVA no Iraque».
Que Bush não tem sido nada feliz na sua intenção de tornar a América ainda mais poderosa é reconhecido interna e internacionalmente. Falta de senso, má escolha de colaboradores para os lugares mais decisivos e péssima avaliação das situações sobre as quais tem de tomar decisão, tudo isso tem feito parte da salada que o levou ao fracasso. Mas, santo Deus, falar em continuar a OFENSIVA, já começada há mais de quatro anos, com resultados trágicos para todas as partes, ou é má tradução ou desconhecimento do significado das palavras.
A OFENSIVA devia ter sido considerada terminada após a destituição de Saddam. A seguir, devia falar-se de pacificação dos ânimos, justamente exaltados, e da reconstrução de um país traumatizado entre a retirada forçada do ditador violento e a necessidade de paz e de reconstrução daquilo que foi danificado e daquilo que precisava de renovação e de modernização.
É aceitável que a América se disponha a investir muito nesta fase de PACIFICAÇÃO e de RECONSTRUÇÃO, mas nada de falar de OFENSIVA. Esta palavra poderá aparecer nas bocas de grupos nacionalistas das diversas tribos mas não na do ocupante. Os diplomatas e os representantes de países responsáveis devem pesar muito bem as palavras que empregam.A força e a importância das palavras justificam que se lhes dê atenção.
É para isso que tem sido chamada a atenção em posts recentes em:
- A Voz do Povo, nos posts: «A arte de calar» e «O poder das palavras»,
- Sempre Jovens, no post «Vamos semear a vida com as palavras»
Por: João Soares
3 comentários:
Isto da administraçao Bush é uma verdadeira tragédia, com o resto do mundo a olhar para outro lado para nao ver. Nao se pode fazer verdadeiramente nada para parar esse grande sanguinario que so quer poder para ele e os seus amigos? E uma vergonha para todo o planeta.
Um abraço
Realmente, nada percebo de política mas gostaria de poder saber do povo de lá o que eles preferem. Mas acho que isso não divulgam, né?
Pena.
Beijocas a todos
Caras amigas Ema Pires e Gisele Claudya,
Há muitos políticos autoritários, pelo Mundo, com igual tentação de abuso do poder. Este, ou melhor a América representa mais perigo de ter um presidente megalómano, devido ao potencial bélico de que dispõe. Um brinquedo tão perigoso para o Mundo, não pode ser entregue a uma criança impulsiva e insensata.
É a mesma coisa que ensinar artes marciais a um jovem agressivo, sem autodomínio nem autocontrolo.
O Presidente de uma grande potência não devia ser iroso e insensato. Recordo um que numa reunião internacional de grande nível descalçou um sapato para bater com o tacão no tampo da secretária.
Nisso é admirável a diplomacia dos chineses, graças à qual foi moderado o entusiasmo louco do líder da Coreia do Norte e está sendo gerido o diferendo com Taiwan. A China está a caminho de poder vir a ser a maior potência mundial, mas comporta-se com calma, paciência, sensatez, quer interna quer externamente. Quando a URSS explodiu, houve quem preconizasse a tragédia na China, mas ela tem evoluído controladamente sem pressas, mas sempre a avançar, para gerir da melhor forma a imensidão da sua população com sectores tão diferenciados. Está ainda longe de chegar à noção ocidental da democracia, mas o caminho é longo e difícil.
E cá? Que me dizem ao dedo bem esgrimido pelo PM como que a dizer «eu é que mando» «eu é que sei o que é bom para o País», «o que é bom para o PS é bom para Portugal».
A tentação do poder é muito forte, e Bush está sujeito a grandes tentações e enormes pressões das grandes indústrias e das maiores multinacionais.
Abraços
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